Quatro acusados foram condenados.
O 1º Tribunal do Júri condenou nesta quarta-feira quatro envolvidos no assassinato do empresário José Maria dos Santos, o “Araújo”, ocorrido em fevereiro de 2006, em Maceió. O resultado do júri revoltou a família que acreditava na pena máxima, já que os dois acusados de planejarem e contratarem os autores intelectuais foram absolvidos do crime de homicídio. O Ministério Público Estadual vai recorrer da decisão em relação aos dois militares que foram contratados para cometer o crime. O julgamento durou 14 horas. Outros cinco envolvidos no caso foram condenados, especialmente Maria José dos Santos, a Nena, que vivia maritalmente com o empresário. Ela já foi julgada no ano passado e condenada a 31 anos de reclusão (regime fechado).
O policial militar Jairo Sebastião Dantas foi condenado a 4 anos de reclusão e 3 meses de detenção, por formação de quadrilha. O ex-PM Edílson José Correia do Nascimento foi condenado por formação de quadrilha, com pena de 2 anos de reclusão. Já José Alexandre Pereira Clemente, acusado de comprar cheques roubados da vítima, foi condenado por estelionato, e pegou 2 anos de reclusão. O autor intelectual, José Carlos de Almeida Santos, que está foragido, foi condenado a 29 anos e 6 meses de reclusão e ainda terá de pagar uma indenização aos herdeiros da vítima de no mínimo R$ 60 mil.
Segundo o promotor de Justiça Magno Alexandre Moura, o MPE vai recorrer com o fundamento de que a decisão dos jurados foi diferente das provas dos autos. “Vamos recorrer da decisão quanto a pena que foi aplicada ao Jairo Campos e ao Edilson Correia”. São várias provas que apontam a participação deles no crime", afirmou. O prazo para apresentação do recurso à 7ª Vara da Capital vai até segunda-feira. Enquanto a Justiça não decidir, os três condenados que já estavam presos e, por terem cumprido metade da pena estabelecida no julgamento, ficarão em liberdade.
A morte foi encomendada por Maria José dos Santos, a Nena, que vivia maritalmente com o empresário José Maria dos Santos, mas era amante do fotógrafo. Mais quatro envolvidos no crime já foram julgados. Marcelo da Silva Correia foi condenado a 24 anos de reclusão. Luiz Aquino pegou 33 anos por ter participado diretamente do homicídio. Maciel Gomes da Silva foi condenado a 3 anos de reclusão, por receptação de objeto roubado. Ele comprou o carro da vítima, a Jário e Luiz Aquino, por R$ 500. E o policial militar Antonio Rita da Silva foi absolvido.
Segundo o promotor de Justiça Magno Alexandre Moura, o crime foi uma trama ardilosa para que Nena e seu amante ficassem com todos os bens da vítima – ela inclusive participou das buscas ao corpo do empresário sempre chorando copiosamente. No crime, Araújo foi dopado e morto por asfixia, com um fio de telefone. O corpo só foi achado depois de 41 dias após ter sido jogado em um matagal nas proximidades da cidade de Satuba.