Categorias: Mundo

MP pede 30 anos de prisão para ex-ditador

Ele é acusado de homicídio.

O Ministério Público uruguaio pediu a pena de 30 anos de prisão para o ex-ditador uruguaio Juan María Bordaberry (1973-1976) e para o ex-chanceler Juan Carlos Blanco pelos homicídios de quatro uruguaios em Buenos Aires, disse à AFP a promotora Mirtha Guianze.

"Pedi 30 anos para cada um deles por um crime de homicídio agravado" pelas mortes em Buenos Aires em maio de 1976 dos legisladores Zelmar Michelini e Héctor Gutiérrez Ruiz e dos tupamaros William Whitelaw e Rosario Barredo.

Guianze fez a solicitação na sexta-feira ao juiz Roberto Timbal, responsável pelo processo contra Blanco e Bordaberry, que já foi condenado a 30 anos em fevereiro passado em outro julgamento por atentado contra a Constituição, nove crimes de desaparecimento forçado e dois crimes de homicídio político.

Bordaberry, de 81 anos, cumpre prisão domiciliar devido a problemas de saúde, em especial respiratórios, devido a uma doença "crônica, grave e irreversível", segundo informou no início de 2007 uma junta médica-forense.

Já Blanco, de 75 anos, está detido na Prisão Central de Montevidéu desde 2006, após uma ordem de prisão emitida por Timbal.

A defesa de Blanco pediu na semana passada sua liberdade, alegando "excesso de prisão preventiva" e "inexistência de riscos de fuga" e, ao não ter seu pedido atendido, ameaçou recorrer à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Já Guianze afirma ter "plena certeza" de que ambos "estavam envolvidos" na repressão aos opositores da ditadura uruguaia e "sabiam das torturas (e as) aprovavam", e explica que "houve mortos e desaparecidos como consequência dessas operações".

Durante a ditadura uruguaia, quase 200 opositores desapareceram, em sua maioria na Argentina, durante o Plano Condor de colaboração entre as ditaduras do Cone Sul nos anos 1970.

Guianze explicou que a defesa de cada um dos acusados tem 30 dias para responder a Timbal que, por sua vez, tem mais 45 dias para se pronunciar.