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Governo entrega passagens de pais de Sérgio

Téo Vilela recebeu os pais do menino nesta quinta.

“Finalmente estamos nos preparando para buscar nosso filho”, essas foram as palavras de felicidade de José Heleno Guedes da Silva, pai do garoto José Sérgio Guedes da Silva, que deverá voltar a Alagoas na próxima quarta-feira, 31, exatamente dois anos depois de seu sequestro. Na tarde desta quinta-feira, José Heleno e sua esposa, Maria Eliane dos Santos Silva, foram recebidos pelo governador Teotonio Vilela Filho, no Palácio República dos Palmares, que revalidou todos os esforços do governo do Estado no intuito de trazer o garoto de volta para a família.

De acordo com informações da Secretaria da Mulher, os pais do menino embarcam para o Rio de Janeiro às 5h da manhã desta sexta-feira, 26, com passagens que foram garantidas pelo governo do Estado.

“Estou muito feliz de, como governador, poder contribuir com a volta do filho de vocês. Imagino a alegria desse reencontro, depois desses anos de tristezas e esperanças. Só os pais têm esse sentimento, uma ligação direta", disse o governador. O encontro foi acompanhado pela secretária de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Wedna Miranda; pela superintendente Josilene Lira, pelo conselheiro tutelar de União dos Palmares, Anderson Austregésilo Athayde da Silva, e pela conselheira da Criança Nelma Nunes.

O caso

Segundo José Heleno, Serginho, como é chamado, foi brincar em uma praça perto de casa em União dos Palmares, quando o sequestrador, conhecido como Luiz Henrique de Messias, o chamou parar ir ao circo. Perto do horário do almoço, sua mãe, Eliane Santos da Silva, foi à procura da criança e não o encontrou, quando se deu conta que seu filho tinha desaparecido.

“Logo que percebemos que ele tinha desaparecido, a gente foi no Conselho Tutelar e na delegacia de União dos Palmares. Recebemos várias notícias de que ele estava em alguns lugares, mas eram alarmes falsos. O único local que temos certeza que ele passou foi em Caruaru, pois várias pessoas o viram vendendo artesanatos na rodoviária. Chegamos a ir lá, mas ele já havia ido embora”, lamentou o pai.

Depois de todo o pesadelo, “Serginho” foi levado no dia 30 de dezembro de 2009 para o abrigo Minha Cidade, Meu Amor, em Campos dos Goytacazes, município do Rio de Janeiro. De acordo com a assistente social do abrigo, Cinthia Paes Guimarães, com medo, o menino mentia sobre as informações de onde morava e dizia que o sequestrador seria seu pai. Porém, depois de conversas com a psicóloga, ele revelou que era de Alagoas, “um lugar onde tem um rio e uma praça de motoqueiros”.

Após a revelação, a equipe do abrigo entrou em contato com a conselheira Estadual da Criança e do Adolescente, Nelma Nunes, que, por meio da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos, divulgou a notícia do aparecimento e fotos do garoto nos veículos de comunicação. A partir daí, iniciou-se as buscas da secretaria pelos pais de Sérgio.

A família do menino soube do aparecimento de “Serginho” através de uma vizinha, que viu sua foto publicada em um site de notícias. “Ela veio nos contar que viu a foto dele na internet. O filho dela viu primeiro e disse ‘ó, mãe, o menino que vendia tapioca’. Quando soubemos da notícia foi uma alegria só, depois de dois anos, teríamos nosso filho de volta’”, relatou o pai.

Luiz Henrique de Messias, o sequestrador, foi preso em flagrante em Campos dos Goytacazes pela polícia tentando raptar outro menor, V.H.R, de 7 anos. Após o flagrante, Luiz Henrique ainda tentou fugir, quando houve uma perseguição da polícia, e foi detido na rodoviária de Campos. Ele se encontra na Cadeia Pública Dalton de Castro e aguarda julgamento. Segundo uma das agentes da penitenciária, o sequestrador diz não saber onde mora, e que tem uma idade entre 40 e 49 anos.

De acordo com o conselheiro tutelar de União dos Palmares, já existia outro caso de sequestro feito por Luiz Henrique. Há dois anos, a menina Jéssica foi achada em União dos Palmares, quando tentava fugir das mãos do sequestrador. Ela é de Vitória da Conquista—BA e foi encontrada com cicatrizes no rosto e uma fisionomia diferente, pois era vestida e tratada como menino. Segundo relatos da garota, ela era mal tratada, não recebia alimentação e chegava, muitas vezes, a dormir ao relento, sem o mínimo de cuidado.