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Congresso movimento servidores do juiciário

Eficiência e ética foram discutidos no congresso.

Assessoria

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Temas polêmicos e até graves, estão sendo discutidos no I Congresso Estadual dos Servidores do Judiciário de Alagoas (I Conserjal), evento que reúne, no Hotel Matsubara, servidores públicos, juízes, desembargadores, advogados e representantes da sociedade civil. A iniciativa é do Sindicato dos Servidores do Judiciário alagoano (Serjal) que investe na conscientização e organização da categoria.

Nosso objetivo é debater as condições de trabalho, de saúde e a ética na atividade jurisdicional” – disse o presidente da entidade, Ednor Gonzaga Júnior. Ao trazer para discussão com os diversos segmentos da Justiça esses temas, ressalta ele, os trabalhadores estão dando mais uma contribuição à eficiência, isenção e celeridade do Judiciário, ao tempo em que constrói a consciência de seu papel como classe social.

Nesta sexta-feira, 27, primeiro dia de atividades, uma mesa com a participação do corregedor geral de Justiça, desembargador José Carlos Malta Marques como palestrante, e o advogado Everaldo Patriota como debatedor, mostrou que os chamados operadores do direito estão conscientes da sua responsabilidade como construtores de uma nova realidade no Poder Judiciário. O tema abordado pelo desembargador foi “Atos lícitos e ilícitos no Judiciário”.

“Estamos todos imbuídos do propósito de assegurar a prática da ética como princípio em todos os nossos atos” – disse o desembargador Malta, ressaltando que, se não investir em qualidade e eficiência, os serviços da Justiça correm o risco de serem dispensados pela sociedade, que buscará outros caminhos para resolver seus conflitos.

O advogado Everaldo Patriota, presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, fez a mesma análise, embora tenha ido ainda mais longe. Além de criticar o distanciamento histórico entre a Justiça e a população, Patriota considerou importante ressaltar, diante dos servidores, a postura autoritária de integrantes da magistratura.

“O maior crime que se pratica é tirar do cidadão o acesso à Justiça. Por isso entendemos que o Judiciário não pode continuar sendo uma redoma de privilegiados” – declarou Patriota, citando como exemplo a facilidade de citação de pessoas pobres, que moram em favelas e na periferia, ao contrário dos bem aquinhoados, que residem em condomínios fechados, em que o oficial de Justiça sequer passa do portão de entrada.

Situações como essa são comuns e mostram como, em muitos casos, a prestação jurisdicional é falha. Com debates desse tipo, o I Conserjal prossegue até este sábado, 27. Antes do encerramento, a categoria se reúne em assembléia geral para definir estratégias destinadas a garantir a implantação de um reajuste de 11,98% e o aumento da jornada de trabalho.