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Acidente com trem deixa quase 60 feridos

Passageiros afirmam que maquinista estava ‘sonolento’

Conceição Martins Luciano / VC no G1

Conceição Martins Luciano / VC no G1

“Ao sair de Santa Cruz o trem já estava com problemas e o maquinista estava sonolento”. A afirmação é de passageiros que estavam nos vagões que descarrilaram na manhã desta sexta-feira (16), em Deodoro, na Zona Oeste do Rio. Além de ficarem feridos, os trabalhadores também tiveram pertences roubados e pretendem processar a SuperVia.

Cerca de 40 pessoas estão na 33ª DP (Realengo), em Sulacap, na Zona Oeste do Rio, para registrar ocorrência. Eles perderam um dia de trabalho e precisam de documento para comprovar o motivo da falta. Uma pessoa teria infartado durante a confusão, segundo testemunhas. A informação, no entanto, ainda não foi confirmada pela Secretaria estadual de Saúde.

Feridos
Ainda de acordo com a Secretaria estadual de Saúde, 58 pessoas sofreram escoriações leves no descarrilamento do trem em Deodoro. Do total, 47 pessoas foram levadas para o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste, nove foram para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no subúrbio, e duas para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, no subúrbio. A maioria permanece em observação nas unidades.

Na rede municipal, segundo a Secretaria municipal de Saúde, três passageiros foram atendidos no Hospital Salgado Filho, no Méier, e já foram liberados.

De acordo com o padeiro Alexandre da Silva Braga, de 27 anos, o maquinista parecia não estar passando bem.

“Não podemos afirmar o que aconteceu, mas ele parecia sonolento. Ele falava enrolado e a última vez que escutamos sua voz foi em Campo Grande, onde ele abriu as portas para o lado dos trilhos. Percebemos que os vagões estavam descarrilando quando, em Deodoro, o trem começou a trepidar. Quando as portas se abriram, todos começaram a se empurrar. Foi horrível, o trem só não virou porque ficou apoiado em um poste. Um vagão chegou a virar e dois ficaram inclinados”, contou Alexandre.

Falta de assistência da SuperVia
Passageiros também reclamam da falta de assistência da SupeVvia e do descaso da polícia.

“Tiveram vários furtos. Não tinha ninguém da empresa para nos auxiliar e a polícia só chegou uma hora depois dos bombeiros e mesmo assim só o Batalhão de Choque e atiradores de elite. Agiram como se fossemos bandidos. Na confusão, roubaram meu celular”, detalhou o eletricista Alessandro Ferreira de Sá, 28 anos, que ficou com o braço machucado e foi socorrido por bombeiros no local.

Bombeiros prestam socorro à vítima
O cabo do 3º BPM (Méier), Sidney da Hora Machado, de 43 anos, estava no primeiro vagão afetado e teve uma bolsa com a farda e a carteira furtados. Ele pretende se juntar com outros passageiros e processar a SuperVia. “Vamos conversar com um advogado para ver o que podemos fazer. Vamos processar a empresa. Isso não vai ficar assim”, disse ele, revoltado.

Ramais operam normalmente
As operações no ramal de Santa Cruz chegaram a ser suspensas, mas voltaram a funcionar às 7h22, cerca de 1h depois do acidente, usando uma linha paralela. Os outros ramais, segundo a SuperVia, operam normalmente.

O trem ficou tombado nos trilhos. Alguns passageiros relatam tumulto na estações da da Mangueira e de Santa Cruz.