Desembargadores da Câmara Criminal determinaram que vereador irá a júri popular pela morte do servente Carlos Roberto Rocha dos Santos, de 31 anos.
Seis anos após o brutal assassinato do servente Carlos Roberto Rocha dos Santos, de 31 anos, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas anunciou nesta quarta-feira, dia 28, que o vereador Luiz Pedro irá a júri popular pela autoria intelectual do crime. Segundo a promotoria, Luiz Pedro comandaria – à época – um grupo de extermínio, que executava pessoas que se oporiam ao seu ‘trabalho’.
Os desembargadores Mário Casado Ramalho, Orlando Manso e Otávio Praxedes, integrantes da Câmara Criminal, determinaram ainda a prisão preventiva do vereador. Como argumento, os desembargadores alegaram os obstáculos encontrados na fase do inquérito policial e processual. Segundo os desembargadores, Luiz Pedro teria poder intimidatório e sua prisão garantiria a ordem pública. Outro ponto citado pelos integrantes da Câmara foi o desaparecimento do corpo da vítima.
A determinação da prisão de Luiz Pedro será encaminhada à Polícia Civil de Alagoas, que cumprirá o mandato. O juiz da 9ª Vara Criminal será informado da decisão da Câmara Criminal e marcará a data do julgamento, que deve ocorrer com o vereador preso. A defesa de Luiz Pedro pode recorrer da decisão junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Carlos Roberto foi levado da sua residência na madrugada do dia 12 de agosto de 2004 e morto com 21 tiros. Durante a fase de inquérito policial, o agente penitenciário Luis Vagner, principal testemunha do crime, teria afirmado que as pessoas responsáveis pelo sequestro e morte do jovem seriam ‘capangas’ de Luiz Pedro. Apesar de descobrir como se deu a morte do filho, o pai de Carlos Roberto, o servidor público Sebastião Pereira, até hoje luta para tentar encontrar os restos mortais do seu filho. O desaparecimento do corpo de Carlos Roberto resultou em uma correção do IML de Maceió.
Em julho de 2008, o juiz José Braga Neto, pronunciou Adézio Rodrigues Nogueira, Leoni Lima, Naelson Vasconcelos de Melo, Laércio Pereira de Barros, Cícero Pedro dos Santos e Rogério Vasconcelos pela autoria material do crime. Os três primeiros foram condenados a 16 anos de prisão e Laércio Pereira, réu confesso, a 25 anos de reclusão. Já Cícero Pedro foi beneficiado com a delação premiada e Rogério Vasconcelos se encontra foragido.
Já o vereador Luiz Pedro, pronunciado como autor intelectual do crime, chegou a ficar preso por 11 meses e foi liberado por determinação judicial, quando assumiu uma cadeira na Câmara de Vereadores de Maceió.