Lessa sustenta candidatura, mesmo diante da presença do senador petebista no caso.
Se antes a candidatura do senador Fernando Collor de Mello (PTB) ao Governo do Estado de Alagoas era tida como uma especulação ou um boato, agora a movimentação do petebista é um fato que já vem sendo confirmado por alguns partidos da base de sustentação da Frente Popular (antigo Chapão) da qual o PTB fazia parte ao apoiar o ex-governador Ronaldo Lessa para o Palácio República dos Palmares.
Fernando Collor tem uma reunião na próxima terça-feira, 4, com o ministro do Trabalho, Carlos Luppi (PDT). O objetivo é tentar convencer Ronaldo Lessa a desistir de sua candidatura e partir para uma disputa para deputado federal. Assim, Lessa não estaria disputando o Senado, entrando em choque com o PMDB de Renan Calheiros, nem atrapalharia os planos de Collor.
Ronaldo Lessa ainda não foi convencido e pretende – conforme o aliado e deputado federal Maurício Quintella – sustentar a candidatura. De acordo com Quintella, mesmo diante da candidatura de Fernando Collor de Mello, Ronaldo Lessa ainda agregaria o PR, o PT, PCdoB e até o PMDB. Os próprios aliados de Lessa foram pegos de surpresa com a movimentação.
Há uma semana, Quintella sequer cogitava a possibilidade de Collor ser candidato. Indagado na época, ele afirmou que a candidatura do petebista nascia de uma central de boatos da oposição para desestabilizar o chapão, que estava sólido e unido. Mas, como já dizia o filósofo alemão Karl Marx, “tudo que é sólido se dissolve no ar”. Com a unidade da oposição parece não ser diferente.
O que Fernando Collor busca agora – conforme informações de bastidores – é o apoio em Brasília para sair candidato em Alagoas. Collor integra a base governista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e é eleitor e defensor da candidatura de Dilma Rousseff para a presidência da República.
O novo quadro pode apresentar três candidaturas em Alagoas. Quem ganha é o PT nacional, que possui um pé em cada palanque. Até do lado dos tucanos, Dilma Rousseff possui aliados no plano nacional: o PSB e o PP. Do lado de Collor, o próprio PTB. Caso se confirme o acordo em torno do nome de Lessa, lá estarão o PR, o PDT, o PCdoB e próprio PT local.
Um quadro no mínimo interessante que racha a base aliada de Lula em Alagoas. Ronaldo Lessa – em entrevista à imprensa – confirma que segue candidato, mesmo diante da possibilidade da disputa ter mais um candidato de peso. “Pode vir o João, o Manoel, o Benedito. Não deixarei de ser candidato ao Governo”, foi enfático Lessa.
Com a saída de Collor do chapão, avalia Quintella, a escola do vice de Ronaldo Lessa se resumiria a PT ou PMDB. Quanto ao senador Renan Calheiros, Quintella garante que o peemedebista segue marchando ao lado de Lessa.