Seu José do Patrocínio, 93, e Dona Clarice Conserva, 86.
Do JC Online
O sentido histórico da palavra boda é comemoração. O seu significado latino é de promessa, e vem lá dos tempos da Judéia. Essa celebração está relacionada com casamento, a união solene entre duas pessoas que promete só se romper com o fim da vida. Seu José do Patrocínio, 93, e Dona Clarice Conserva, 86, moradores do bairro de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, acreditam fielmente na promessa de união firmada entre eles no dia 11 de abril de 1942, na cidade de Triunfo, localizada a 440 km de Recife.
O ex-chefe de escoteiros e a dona de casa e costureira conseguiram chegar ao ano 2010 ungidos pela bênção religiosa do padre José Noval de Oliviera e pelo registro civil do juiz Caeté de Medeiros, ambos já falecidos. No último dia 11, o casal católico completou as Bodas de Chumbo, nome estranho para os seus 68 anos de casamento.
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O matrimônio de José do Patrocínio e Clarice foi em 42, mas o primeiro encontro aconteceu um pouco antes, em 1940, quando ele tinha 23 anos e ela, 18. Segundo Dona Clarice, o amor começou de forma estranha. “Quando eu o vi pela primeira vez, ele estava comendo uma pinha na feira, achei ele muito mal educado”, lembra, sentada.
A versão de José do Patrocínio é diferente. “Montei uma estratégia de escoteiro: primeiro ganhei a confiança do avó e da família, depois a conquistei na calçada, em uma noite escura, estávamos a sós”, conta o patriarca.
Seu José do Patrocínio e Dona Clarice têm experiência para falar do assunto. Depois de 70 anos de convivência, dez filhos, 23 netos e oito bisnetos, o chefe da prole, atualmente artesão, é enfático na análise de toda essa trajetória. “Amor, amor, sempre, não; responsabilidade, sim, nunca faltou”, disse.