Categorias: Política

Almeida demonstra indecisão ao falar de apoio a candidatos ao Governo

'A única coisa que sei é que eu voto no dia 5 de outubro', declarou Almeida ao ser indagado se estava mantido o apoio a Lessa.

Alagoas24horas

Almeida foi enfático: “Vão ter que fazer três Cíceros”.

Uma semana depois de ter declarado abertamente que votava no ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) para o Governo do Estado, nas eleições deste ano, e em Renan Calheiros (PMDB) e Benedito de Lira (PP) para o Senado Federal, o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP) demonstrou indecisão ao falar de seus votos, na manhã desta quinta-feira, dia 13.

Almeida foi questionado – em entrevista ao Alagoas24Horas – sobre a reunião em Brasília, a qual participou juntamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O prefeito destacou que Lula reafirmou o compromisso com as obras federais em Maceió e com envio de recursos. “Ele continua um parceiro, independente da política aqui no Estado”, frisou.

Cícero Almeida destacou ainda que o presidente reforçou seu apoio ao ex-governador Ronaldo Lessa nas eleições deste ano. “Lula deixou claro que Lessa é o candidato dele ao Governo do Estado de Alagoas”. Ao ser indagado se o prefeito continuaria votando em Lessa, como havia declarado antes da viagem, veio à surpresa: “A única coisa que sei é que eu voto no dia 5 de outubro”.

O prefeito de Maceió demonstrou indecisão ao falar sobre seu apoio. Desde que desistiu de ser candidato ao Governo do Estado, o prefeito de Maceió tem acompanhado o bloco de apoio de Ronaldo Lessa, chegando inclusive a contrariar o próprio partido, que apoia o tucano Teotonio Vilela Filho, no projeto palaciano da reeleição.

Porém, agora o apoio de Almeida – que afirma ser apenas um eleitor no processo – é indefinido, como deixou transparecer o próprio prefeito. “Ainda faço parte de um grupo e sigo este”, disse ainda o chefe do Executivo municipal, mas sem esclarecer quem estaria neste grupo político, já que o apoio a Lessa não é tão mais certo assim. Enquanto isto, os candidatos ao Governo do Estado continuam disputando o apoio do prefeito de Maceió.

Os palacianos buscam uma aproximação de Almeida, Fernando Collor (PTB) – que assumiu a candidatura ao Governo – também já fez elogios públicos ao prefeito e Ronaldo Lessa o tinha como forte “apoio” até pouco tempo. Questionado sobre esta busca de apoio por parte dos três pré-candidatos, Almeida foi enfático: “Vão ter que fazer três Cíceros”.

Almeida disse ainda que ainda não conversou pessoalmente com Fernando Collor de Mello, mas “apenas como Lula”. “Falei com Collor só por telefone e agradeci pelos elogios que ele fez a minha pessoa. Em Brasília, estive apenas com o presidente Lula que continua externando que seu candidato é Lessa. A Audiência com Lula foi maravilhosa, no sentido que tivemos uma conversa descontraída e sobre as ações que estão sendo feitas e serão feitas em Maceió, independente da posição política que venha a ser tomada”, colocou.

Ao avaliar a entrada de Collor na disputa, Almeida disse que quem ganha é o Estado que terá três projetos para decidir. “O povo agora é que vai decidir quem será o melhor para governar Alagoas nos próximos quatro anos”. O prefeito de Maceió foi questionado sobre se ele já havia decidido quem é “melhor para governar” e respondeu: “quem vai decidir isto é o povo. Eu sou só mais um eleitor. Eu voto pelo melhor para Alagoas. Eu quero que os alagoanos julguem os candidatos que estão aí postos. Eu voto com os alagoanos, mas não posso falar pelo povo”.

“O povo alagoano é inteligente, é capaz e já foi massacrado neste Estado durante muitos anos. Que a sociedade teve a ousadia que teve quando escolheu um radialista para comandar os destinos de Maceió”, colocou.

“O meu caminho a sociedade gradativamente vai saber qual é. Eu quero ter um amigo lá no Palácio que eu possa discutir sobre a situação de Maceió, de Alagoas e interceder. Eu quero ser amigo de todos, do Téo, do Collor, do Lessa. Eu apenas vou escolher qual o amigo que eu conseguirei lidar melhor com ele”, complementou ainda. Cícero Almeida deixou claro que seu apoio agora é “indefinido”.

SMTT

As declarações de Almeida à equipe de reportagem do Alagoas24Horas se deram durante uma entrevista no prédio sede da Polícia Federal de Alagoas, onde Almeida foi convidado a prestar esclarecimentos, na manhã de hoje. O prefeito prestou depoimento ao delegado Políbio Brandão sobre possível ingerência política na Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito.

De acordo com o prefeito, o delegado queria maiores explicações sobre as indicações feitas pelo PTB. “São dois cargos que foram citados em uma matéria de jornal. Um jornal de ponta de rua que nem existe mais. Mas fui bem recebido, conversei com o delegado e expliquei a ele que são indicações políticas, como existem em qualquer governo. Se a Polícia Federal for se ocupar disto vai ter que ouvir o Palácio do Planalto, o República dos Palmares e todo mundo, já que indicações políticas existem nos governos”, colocou.

Almeida fez questão de destacar que foi apenas convidado. “A responsabilidade destas indicações são do PTB, mas foram indicações que faziam parte dos quadros do partido, porém técnicas. É natural que elas aconteçam”, colocou ainda. O Alagoas24Horas tentou ouvir o delegado Políbio Brandão sobre o assunto, mas não obteve êxito.