Estreia acontecerá no Cine Sesi, na Pajuçara, às 20h.
A trajetória do operário alagoano Manoel Fiel Filho é contada no documentário Perdão, Mister Fiel (2009) dirigido pelo conterrâneo Jorge Oliveira. O filme, que traz depoimentos do presidente Lula, de Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, será lançado em Alagoas, na próxima sexta-feira (28), numa realização do governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura.
A estreia acontecerá no Cine Sesi, na Pajuçara, a partir das 20h. O lançamento, que terá a presença do governador Teotonio Vilela, será seguido do debate com o diretor da produção. “Jorge Oliveira é um alagoano que tem se destacado no cenário do cinema brasileiro. Contribui ainda para a história do Estado quando traz à tona personagens como Manoel Filho e Floriano Peixoto”, revelou Osvaldo Viégas.
Manoel Fiel Filho foi torturado e morto no DOI-CODI de São Paulo, durante a ditadura militar, em 1976. Perdão, Mister Fiel chega a Maceió depois de ganhar prêmios no 42º Festival de Cinema de Brasília e no Festival de Cinema de Campo Grande.
Na exibição de Perdão, Mister Fiel em Maceió, o governador vai prestar uma homenagem à família de Fiel Filho, representada pela viúva, os filhos e os netos do operário. Nessa data, 28 de maio, também é comemorado o aniversário do menestrel das Alagoas, Teotônio Vilela, que lutou contra a ditadura.
O prefeito Marcelo Lima, de Quebrangulo, também fará uma sessão do documentário no sábado (29), às 16h, na cidade, para os moradores que vão conhecer a história do operário que nasceu no município, cuja morte interrompeu um dos períodos mais negros da história do Brasil.
Perdão, Mister Fiel, que teve o apoio do governo de Alagoas, traz revelações inéditas sobre o período da ditadura no Brasil. Entre os entrevistados estão o presidente Lula, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Roberto Freire. Mas um depoimento em particular tem provocado polêmica. É o do agente do DOI-CODI, Marival Chaves, que conta detalhes de como os torturadores agiam nos porões da ditadura, matando e esquartejando suas vítimas para que os corpos não fossem descobertos.
“O filme”, segundo Oliveira, “discute também a participação dos Estados Unidos nas ditaduras da América do Sul. Para isso políticos e escritores foram ouvidos em Nova Iorque, no Chile e na Argentina”. A dramatização é o ponto alto do filme, quando mostra a vida de Fiel Filho – interpretado pelo ator Roberto de Martin – encenada em Quebrangulo e a sua história em São Paulo quando foi preso na fábrica Metal Leve. O filme tem músicas de Djavan e Aldir Blanc.
Escritores, políticos e presos da época do regime militar prestam depoimentos sobre a ditadura militar do Brasil. Narram experiência de tortura, de exílios e denunciam os maus tratos a que foram submetidos dentro dos cárceres. Jorge Oliveira fez trinta entrevistas no Brasil, nos Estados Unidos, no Chile e na Argentina para recompor o drama de quem viveu e sofreu nas ditaduras da América Latina.