PSOL define chapa-puro sangue e Heloísa Helena para o Senado Federal.
O PSOL foi o primeiro partido a definir os seus rumos nas eleições deste ano. Com uma chapa puro-sangue, o partido lançou Mário Agra ao Governo do Estado de Alagoas e a vereadora Heloísa Helena como única candidata ao Senado Federal. Além dos dois, o partido apresentará ainda uma chapa com nomes para deputado federal e estadual.
Durante a convenção, que ocorreu nesta sexta-feira, dia 18, no prédio da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, Heloísa Helena (PSOL), definiu o processo eleitoral na Terra dos Marechais como “uma máquina de moer gente”, mas se disse preparada e feliz para concorrer ao cargo de senadora. “Fazer campanha é enfrentar um processo difícil, contra pessoas que precisam de mandato para continuar a roubar. Sei que é difícil, mas nós participaremos deste processo com alegria”, colocou.
Sem citar nominalmente os adversários, Heloísa Helena não deixou de alfinetar as demais candidaturas ao Senado Federal e ao Governo do Estado. De acordo com ela, “são candidatos poderosíssimos, riquíssimos e ‘condenadíssmos’”. A candidata ao Senado Federal do PSOL frisou que apesar do poder econômico de seus adversários, “no final das contas quem decide é povo. Esperamos que a população entenda a nossa proposta. Espero ainda estar a altura da honra de disputar o Senado mais uma vez”, colocou.
Heloísa Helena avaliou ainda o cenário nacional. Ela afirmou que “José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) são duas faces de uma mesma moeda de um projeto neoliberal”. Apesar de declarar apoio ao candidato à presidência Plínio de Arruda (PSOL), a vereadora fez elogios a Marina Silva (PV), que também concorre ao Palácio do Planalto. “A Marina é muito importante para o Brasil e traz um debate sério sobre o desenvolvimento econômico. Ela é importante para a vida nacional”, colocou.
A vereadora afirmou ainda que “seus eleitores são mulheres e homens livres e conscientes para escolher”. Ela lembrou ainda das últimas eleições estaduais e nacionais, quando disputou a presidência da República e fez alusão do sacrifício de deixar o Senado Federal em nome do fortalecimento do PSOL, na época, mas afirmou que, em 2008, quando se lançou candidata a vereadora, sendo a mais votada, “o fez por decisão e não por falta de opção”, ou porque precisasse de um mandato.
Ao falar do cenário local, Heloísa Helena disse que “as forças que se articulam são muito fortes” e destacou que ainda há indefinições por parte dos demais candidatos ao governo. “Sei apenas do PSOL que apresentou o Mário Agra, que é o nosso candidato. Eu prefiro analisar o cenário depois do último minuto, do último dia das convenções partidárias, pois todo dia vejo na imprensa notícias que se chocam e de forma antagônica. Há muita força política, econômica e midiática neste processo”.
Heloísa Helena voltou ainda a adotar a postura de não aceitar ajuda financeiras de empresas. “As contribuições serão de pessoas físicas”, destacou.
Mário Agra, que já chegou a disputar o cargo de prefeito da capital alagoana, se lançou candidato ao Governo do Estado se afirmando como uma alternativa às candidaturas já postas, ainda que indefinidas. Agra defendeu a auditoria da dívida pública de Alagoas, que é de aproximadamente R$ 7 bilhões, caso seja eleito governador. “As pessoas que passaram por lá e são candidatos agora, não conseguiram esclarecer esta dívida, nem cobrar de fato de quem deve. Por conta dela, o Estado é sacrificado em R$ 40 milhões”, colocou.
Agra cobrou que se conheça quem são os devedores históricos do Estado e relembrou que parte dos candidatos adversários participaram de acordos para o nascimento deste débito. “Este grupo (referência aos candidatos adversários) estiveram juntos há pouco tempo. O próprio Collor é responsável por estes famosos acordos”, frisou ainda Mário Agra.