Vítimas de enchentes estão sendo monitoradas.
As equipes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) que estão monitorando os municípios afetados com as enchentes apresentaram, nesta quarta-feira (23), o relatório das visitas técnicas realizadas aos abrigos onde estão alojadas as vítimas das chuvas.
A iniciativa faz parte do plano de trabalho de Vigilância em Saúde, que tem o objetivo de monitorar os problemas de saúde da população diretamente afetada pelas inundações para prevenir a ocorrência de surtos e enfermidades transmitidas pela água e alimentos contaminados.
Durante as visitas, os técnicos fizeram o diagnóstico e observaram as questões referentes às condições de tratamento da água, recolhimento do lixo, higiene dos abrigos, armazenamento e preparação dos alimentos. Além disso, as equipes relataram a existência de pessoas com desequilíbrio emocional em decorrência da tragédia e também crianças apresentando diarréia.
De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Sandra Canuto, uma das medidas adotadas foi a coleta de água disponibilizada para consumo humano, que será analisada pelo Laboratório Central (Lacen). Também foram repassadas orientações aos desabrigados sobre os cuidados de prevenção de doenças de veiculação hídrica.
“A principal preocupação é com a manifestação de doenças infecto- contagiosas, como a leptospirose, que é uma das mais graves ocorrências epidemiológicas após as inundações. A doença é transmitida aos seres humanos pelo contado direto com água contaminada por urina de ratos”, explicou, acrescentando que os técnicos estão distribuindo kits com hipoclorito de sódio, água sanitária e medicamentos aos municípios afetados.
Sintomas – Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminada poderá se infectar. A Leptospira (bactéria responsável pela doença) penetra no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão.
Os sintomas aparecem em média entre 7 a 14 dias após o contato e são parecidos com os de outras doenças, como a gripe. Os principais são: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas (batata-da-perna), podendo também ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas).
Nas formas mais graves, são necessários cuidados especiais, inclusive internação hospitalar. A leptospirose pode levar a complicações que exigem cuidados intensivos e é uma doença com alta taxa de letalidade entre 5% a 20%.