Senador anuncia medidas adotadas e pede agilidade nas ações.
O senador Renan Calheiros, líder do PMDB, voltou a ocupar o plenário, nesta quarta-feira, para anunciar novas providências e cobrar agilidade dos governos federal e estadual no socorro aos 177 mil alagoanos que, de maneira mais severa ou mais branda, tiveram suas vidas afetadas pelas enchentes que atingiram Alagoas no último fim de semana e provocaram a maior tragédia já visita no Estado em toda sua história.
”O saldo de destruição deixado pelas enchen tes não pára de aumentar. A cada dia crescem as estatísticas que aprofundam a dor e o sofrimento dos alagoanos”, disse o senador, ao anunciar que o número de mortos em virtude da tragédia subiu para 29, enquanto que muitas famílias continuam no desespero procurando centenas de parentes que foram levados pela fúria das águas dos Rios Mundaú e Manguaba.
Renan destacou em seu pronunciamento a vinda a Alagoas, por determinação do presidente Lula, dos ministros Nelson Jobim (Defesa), Paulo Sérgio Passos (Transportes), Márcia Lopes (Desenvolvimento e Combate a Fome) e João Santana (Integração), para adotar as primeiras medidas com vistas a minimizar o drama de tantas famílias que estão passando pela maior fragilidade de suas vidas.
“Começaram a chegar 25 mil toneladas de alimentos e nesta quarta-feira estava previsto o envio de mais 75 mil toneladas em cestas básicas, além de kits de emergência, com medicamentos, geradores e até pontes móveis. Mas tudo isso, além do que tem chegado graças à solidariedade da sociedade brasileira, ainda é insuficiente para atender milhares de vítimas afetadas pelas enchentes”, lembrou o senador.
O líder do PMDB anunciou que o governo federal vai diariamente complementando o plano de assistência. “Ainda hoje, deverão ser anunciadas novas medidas. Uma delas de suma importância para as pessoas que perderam ou tiveram suas casas danificadas – o lançamento de um programa especial do ‘Minha Casa, Minha Vida’ para as regiões atingidas pelas enchentes em Alagoas e Pernambuco.”
“Alagoas e Pernambuco precisam dos recursos já liberados (R$ 100 milhões) com urgência e tenho confiança que o presidente Lula, que amanhã (24) vai visitar a região, saberá agilizar todos os procedimentos para assistir às vítimas e começar a reconstruir a vida de milhares de alagoanos. Os recursos não podem chegar com atraso, como acontece com Santa Catariana e Rio Grande do Sul, que sofreram com tragédias semelhantes na virada do ano”, cobra o senador.
Em seu pronunciamento o senador do PMDB pediu pressa nas providências. “O erro em outros estados não podem se repetir! Temos que, rapidamente, inventariar os estragos, levantar os prejuízos e liberar os recursos para começar a trazer à normalidade a Alagoas. Já basta o trabalho de reconstrução que será longo, não precisamos perder tempo com a burocracia, com detalhes insignificantes diante da vida de milhares de cidadãos alagoanos e pernambucanos.”
Mesmo reconhecendo que o presidente Lula está “respondendo muito bem ao que uma catástrofe exige”, o líder do PMDB prometeu no plenário que estará atento e cobrando pressa das autoridades, “inclusive do governo local, as providências necessárias para atenuar o sofrimento de nossos irmãos e irmãs alagoanas. Alagoas tem fome, sede e muita, muita pressa!”
Lembrou ainda o senador que na reunião de trabalho que manteve com o presidente Lula na madrugada de terça-feira foram encaminhadas várias outras providências que precisam ser agilizadas. Uma delas é a abertura de crédito emergencial para reativar o comércio e também a indústria através do BNB, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
“Outra ação diz respeito a agilização dos recursos referentes à subvenção da cana do pequeno produtor, já sancionada pelo presidente. Estes recursos colocariam em circulação no estado mais de R$ 35 milhões, neste momento, muito importantes para a economia de Alagoas. E aqui vai meu agradecimento ao ministro Wagner Rossi (Agricultura), que recebeu os dirigentes da Asplana para tratar desta agilização”, disse.
A outra medida que o senador considera urgente e cobrou em seu pronunciamento é o reforço do policiamento. “Os prefeitos pedem ainda, com muita razão, a imediata liberação de R$ 70 milhões do Fundo de Combate a Pobreza que estão parados no caixa do governo local”, reforçou, elogiando o trabalho que os prefeitos estão prestando no atendimento de emergência utilizando os poucos recursos dos municípios.
“É preciso que todos dêem as mãos neste momento tão difícil. Tem muita gente passando fome em nosso Estado. O Portal IG divulgou que dona Deise, em União dos Palmares, estava revirando lama tentando achar restos de comida. Isso dói na alma da gente, nos enche de perplexidade e horror e serve como exemplo para que todos ajudem a minimizar o sofrimento de tantas famílias”, concluiu o líder do PMDB.