Piones é professor universitário e consultor de empresas. De acordo com ele, a experiência com empreendedorismo e com consultoria pode ser significativa para a “gestão pública”.
O candidato ao Governo do Estado de Alagoas Jefferson Piones (PRTB) se definiu como o “novo” na disputa pelo Palácio República dos Palmares. Piones abriu a rodada de sabatinas com os postulantes ao governo, em evento organizado pela Fecomércio. De acordo com Piones, o PRTB decidiu por sua candidatura pelo fato dos três principais candidatos – Fernando Collor de Mello (PTB), Ronaldo Lessa (PDT) e o atual governador Teotonio Vilela Filho – já terem tido a oportunidade de administrar o Estado.
“Optamos por esta alternativa, porque não podemos manter a mesmice dos que já tiveram a oportunidade de governar este Estado. Por isto, aposto nesta candidatura e acredito que eu tenho chances. É por esta razão que estou aqui conversando com vocês e mostrando as minhas propostas”, frisou. Piones negou ainda que esteja na disputa para ser um “laranja”.
Piones é professor universitário e consultor de empresas. De acordo com ele, a experiência com empreendedorismo e com consultoria pode ser significativa para a “gestão pública”. “Para alavancar este Estado, estamos trabalhando um plano de governo que visa combater os índices de pobreza de Alagoas”. Ao ser indagado sobre o fato do Estado ser colocado como um dos mais pobres da federação, Piones aproveitou para atacar os adversários: “É interessante que estes dados, divulgados recentemente pelo IPEA, não são novos. São de décadas e aí se incluem os candidatos que já governaram este Estado e tiveram oportunidade de realizar mudanças, mas não fizeram”.
De acordo com o candidato do PRTB, para reverter o quadro de miséria se faz necessário projetos de seguridade social que atinjam diretamente a criança e o adolescente. “É preciso que se faça estudos com técnicos capazes e que possamos atender com mais eficiência a criança e o adolescente carente, além das mulheres grávidas. Para incentivar a economia e gerar mais emprego, combatendo assim a pobreza, nós pensamos em isentar o ICMS para pequenos empresários”, colocou.
Para Piones, o Estado tem condições de concender esta isenção. “Alagoas não pode mais ser tratado como um lugar pequeno. O Estado é capaz de se auto-sustentar. Para isto, é preciso que possamos investir em agropecuária, em espaços agricultáveis. Há recursos para isto, o que não há é a boa utilização destes recursos. Pois, temos dinheiro e técnicos capazes para realizar estes estudos”, colocou.
O candidato defendeu ainda o fortalecimento do Turismo, como fonte de geração de emprego e renda e fortalecimento da economia local.
Ao falar de incentivo fiscal, Jefferson Piones destacou a importância de criar mecanismos que favoreçam o pequeno empresário, como a isenção de ICMS. “Mas, não se pode pensar em governo e tomar decisões sozinhos. Abrir portas para o empresariado para que se possa discutir formas de isenção fiscal, se faz necessário também”, colocou.
Piones aproveitou o tema para elogiar os primeiros anos do governo de Vilela. De acordo com ele, o governador acertou ao abrir espaço para a chegada de indústrias e empresas em Alagoas. “Há empresas querendo entrar no Nordeste e em Alagoas e eu fiquei muito feliz, quando vi que no início do governo, o atual governador trabalhava neste sentido, inclusive fechando convênio com o Movimento Brasil Competitivo”, colocou.
“Este convênio foi feito em Minas Gerais e lá se teve resposta. Mas, aqui em Alagoas se teve o aumento de arrecadação no primeiro momento, mas não se teve a aplicabilidade deste recurso arrecadado”, complementa Piones. “Alagoas não deu resposta até o final”, frisou ainda.
Ao falar em segurança pública, Jefferson Piones destacou que uma das saídas é o investimento em pessoas da própria pasta da Defesa Social. “Por que precisa vir gente de fora para resolver o problema? Temos que trabalhar com quem conhece o problema. Uma proposta é a valorização dos policiais locais, do corpo técnico local e investir em ciência. Em Alagoas, há pessoas capazes. Temos que capacitar nosso próprio corpo e garantir cientificidade na política. Além disto, pensamos em polícia comunitária e políticas de combate ao crime organizado”, colocou.
Piones também falou sobre Educação. “A Educação é o carro chefe do nosso trabalho, até mesmo porque sou um professor. Um estado educado muda o cenário e facilita para a aplicabilidade de todas as outras políticas”, disse. De acordo com o candidato do PRTB, “há uma manutenção do analfabetismo por interesse eleitoral, em Alagoas”. “Isto soa bem para alguns”.
Como propostas, ele apresenta a modernização do Ensino Fundamental, distribuição de livros didáticos, ampliar e conservar a rede estadual de ensino, além de melhorias direcionadas ao Ensino Superior. “Investir nas universidades é mudar a realidade da comunidade local. Quando se melhora o nível de conhecimento técnico, se melhora também a vida das pessoas, além do nível intelectual da própria população. Enfatizo também a necessidade de desenvolver políticas de incentivo para a pesquisa e extensão”.
Quanto à Saúde, Jefferson Piones salientou que há “grande volume de recursos sendo enviado pelo Governo Federal, mas que não tem sido bem aproveitado pelos municípios”. “Precisamos descentralizar o atendimento. Por que Maceió não tem um hospital municipal? Nunca entendi isto. Há uma má gestão de um grande volume de recursos que pode ser melhor empregado, com políticas de atendimento a família e segurança alimentar, além de melhorias em hospitais. As greves hoje acontecem porque sabemos como os médicos estão sendo tratados”, destacou.
O candidato do PRTB – que é tido como um dos nanicos na disputa deste ano – falou ainda sobre o próprio processo eleitoral deste ano. “Sabemos que o mundo econômico é que elege em Alagoas. Naturalmente que tem a máquina, tem maior facilidade, principalmente com o analfabetismo. Mas eu estou acreditando no PRTB e nas nossas propostas. Há uma rejeição quanto aos demais candidatos, porque eles já tiveram chances de mostrar o que poderiam fazer e não fizeram. Há até quem envergonhou Alagoas colocando no nosso dicionário a palavra impeachment, que muita gente sequer sabia que existia”.
“Nosso trabalho tem uma concepção de que é impossível governador sozinho. Se me perguntam se estou pronto para assumir o governo, digo sempre: sozinho eu não estou não, mas conto com a população e com o conhecimento de técnicos do nosso Estado que precisam serem melhor aproveitados. Eu acredito nisto e que por isto posso ter chances”, explicou.
O candidato do PRTB foi questionado sobre o Canal do Sertão. “É uma grande obra e precisamos dá continuidade a ela, sem dúvida. Agora, o que eu não conheço ainda é uma forma de gestão para ela. É preciso que isto seja definido. Como será feito o uso desta água? É preciso que se construa um projeto – e caso eleito, eu vou construir – sustentável para o Canal do Sertão. É preciso uma gestão clara. Este é o problema. Falta gestão”, colocou.
Ao falar de infraestrutura, Piones falou sobre a tragédia das enchentes em Alagoas. Segundo ele, tratou-se de uma “tragédia anunciada”. “A tragédia, que foi a maior do Brasil, foi anunciada e mostra a falta de planejamento. Espero agora que os recursos sejam usados de forma adequada. Eu defendo o trabalho de um planejamento para aquelas áreas para que não venhamos a sofrer novamente no futuro”, destacou.