Em entrevista, Vilela destacou que passou por um momento difícil em seus dois primeiros anos de governo, mas o objetivo era arrumar a casa e agora “começar a colher os frutos”.
O atual governador de Alagoas e candidato à reeleição Teotonio Vilela Filho (PSDB) foi o segundo postulante ao Palácio República dos Palmares a participar da sabatina promovida pela Fecomércio. Em entrevista, Vilela destacou que passou por um momento difícil em seus dois primeiros anos de governo, mas o objetivo era arrumar a casa e agora “começar a colher os frutos”.
“Nosso governo não maquia dados. Nós pegamos uma casa desarrumada e não passamos uma pá de cal. Nós estamos promovendo uma reforma profunda”, destacou o governador. Vilela iniciou a sabatina analisando os dados do IPEA que aponta Alagoas com o maior percentual de pobreza absoluta entre os estados do país. De acordo com ele, o relatório faz uma análise que compreende os anos de 1995 a 2008 e que dentro de sua gestão, estes dados começam a mudar em uma curva “ascendente”.
“Alagoas era conhecido há 35 anos como o filé do Nordeste, com os melhores indicadores. Ao longo deste tempo, não deu resposta a altura do desafio que era proposto. Em janeiro de 2007, tínhamos os piores indicadores do Brasil, com metade da população abaixo da linha de pobreza. Então, o resultado do IPEA analisa oito anos do meu antecessor e dois anos do meu governo. Justamente no período em que os dados estão flexionando de forma ascendente”, colocou Teotonio Vilela Filho.
De acordo com Vilela, as respostas de seu governo têm sido positivas por conta de projetos como Geração Saber, envolvendo políticas na educação; capacitação de professores e políticas voltadas à segurança pública e saúde. “Esta reforma profunda que estamos promovendo atinge diversas áreas e setores”, explanou.
O governador também falou sobre incentivos fiscais. “Sim, há políticas de incentivo em nosso governo. Todos os indicadores sociais de Alagoas estão sendo revertidos de forma positiva, justamente por conta disto também. São os incentivos que estamos fazendo. Alagoas entra num novo ciclo de desenvolvimento econômico. Há incentivo ao comércio, isentando pequenos produtores de impostos, facilitando a vida de pequenos comerciantes para que estes entrem na formalidade. Hoje, em um dia se constitui uma empresa em Alagoas”, colocou.
Vilela também ressaltou a atração de indústrias como forma de geração de emprego e renda e rebateu o ex-governador e concorrente no pleito, Ronaldo Lessa (PDT). “O meu antecessor veio aqui e disse que eu tinha atraído indústrias. Foi até um elogio. Mas, ele disse que eu atraí quatro indústrias. Não é verdade, eu trouxe aqui a lista. Foram 46 indústrias implantadas em Alagoas”, ressaltou o governador.
O atual governador ressaltou ainda as ações do Estado de realizar as “compras governamentais focado no comércio local”. “Usamos R$ 7 milhões do Fundo de Combate à Pobreza para financiar o pequeno produtor e comerciante para facilitar acesso ao crédito e há ações para o trabalhador autônomo, como os processos de capacitação que são desenvolvidos por este governo“, frisou.
Ao abordar a temática da segurança pública, Vilela começou alfinetando o governo anterior. “Quando assumimos, Alagoas era o primeiro lugar em número de homicídios por habitante. O índice ainda é alto, mas está diminuindo ano a ano. De lá para cá temos revertido os indicadores de violência. O número de homicídios está caindo”, colocou.
De acordo com o governador, esta redução que – segundo ele – acontece se deve ao fato de políticas integradas. “A polícia tinha 46 viaturas quando assumimos, hoje são 400. Foram 15 toneladas de equipamentos adquiridos. Além disto, hoje se acabou o desmando na segurança pública. Em 2010, não houve sequestros. Em 2009 se reduziu o assalto a banco. Em 2010, foi zero. Nós não deixamos de investigar crimes de mando, doa a quem doer. Isto fez com que os números caíssem drasticamente. São parcerias com o Governo Federal que vem dando certo. Há uma reforma profunda também na segurança”, destacou Vilela.
O governador salientou ainda: “estamos enfrentando o crime sem trégua”. Quanto ao assunto segurança pública, o governador finalizou lembrando a experiência com o Conjunto Selma Bandeira, onde foi implantado o policiamento comunitário. De acordo com ele, a tendência é ampliar este tipo de ação para outras comunidades do Estado.
“Era outra área desestruturada, quando assumimos”, voltou a alfinetar o governador, ao falar da Educação. “Nesta área, elaboramos o projeto Geração Saber, que foi premiado com R$ 214 milhões. Este programa já iniciou, com escolas excelentes. Inauguramos cinco. Foi inaugurada uma escola profissionalizante em Coruripe. Há uma integração com os municípios, com capacitação de professores”, colocou.
Segundo Vilela, seu governo também conseguiu reduzir a evasão escolar e os índices de repetência. “Os indicadores já estão em uma curva ascendente e os resultados estão vindo. Vamos expandir. Não é fácil, pois assumimos um Estado com metade da população analfabeta”. Em relação à saúde, Vilela reconheceu que há um déficit de médicos no serviço público, mas ressaltou que este é um problema nacional.
“Em Alagoas vivemos uma reconceituação da saúde pública. São 132 novas ambulâncias cidadãs, 50 novas ambulâncias para o Samu. Em 29 anos foram criados 32 leitos, hoje já criamos 170 novos leitos. Em agosto, o Hospital de Santana será reaberto com mais 150. Ao todo serão 650 novos leitos. É uma mudança radical”, destacou. O governador aproveitou para tecer críticas aos adversários: “o Estado não passava recursos para os municípios para atenção básica. Hoje, eles recebem. Isto fez com que a mortalidade infantil caísse em 20%. Fomos o Estado que mais reduziu a mortalidade infantil, em 2009”.
Durante a sabatina, Vilela relembrou os R$ 400 milhões de débitos que – segundo ele – foram deixados pela gestão de Ronaldo Lessa (PDT). “Nosso governo vem pagando. O débito não foi feito por nós e estamos pagando com sacrifício, mas já honramos R$ 300 milhões. O Estado não deve – nesta gestão – um centavo a ninguém. Alagoas continua pobre, mas é um Estado ajustado. Recuperou a credibilidade e por isto recebe um volume de recursos que nunca chegou aqui antes”, colocou.
Vilela destacou que pretende realizar concursos públicos para a área de segurança, caso seja reeleito, e destacou que não o fez antes por conta das frustrações de receita. “Tivemos este débito de R$ 400 milhões, que era o tamanho do buraco. E em 2009 sofremos com a crise que nos causou uma frustração de receita de mais R$ 400 milhões. Foi uma frustração de R$ 800 milhões. O problema de não ter contratado policiais foi das possibilidades de caixa. Precisávamos atender aos alagoanos na totalidade, que são 3 milhões de pessoas”.
Quanto à dívida pública, o governador ressaltou: “Há 30 anos não tínhamos acesso ao BID, por exemplo, mas adquirimos empréstimos porque Alagoas recuperou a credibilidade. A dívida com o Governo Federal ainda nos tira R$ 40 milhões por mês. A dívida é de R$ 7 bilhões. Neste governo ela não aumentou em nenhum centavo. Foi feita pelos anteriores. É um absurdo o que pagamos. É injusto. Eu tenho promessa do José Serra (PSDB) – candidato a presidente – que com ele eleito, haverá uma emenda constitucional para transformar este valor mensal que pagamos em recursos para Educação, Saúde e Segurança”, finalizou Vilela.