Na tarde desta quarta-feira, 21, o Governo se pronunciou oficialmente sobre o caso, que ainda está sob investigação. Nomes dos envolvidos no escândalo não foram divulgados.
Secretário Paulo Rubim falou sobre investigações
Após o escândalo do desvio de donativos para as vítimas das enchentes em Alagoas, divulgado com exclusividade pelo Blog do Odilon, no Alagoas24Horas, as autoridades se apressaram em convocar mais uma entrevista coletiva para esclarecer detalhes sobre o fato que envolve três militares do Corpo de Bombeiros do Estado. Na tarde desta quarta-feira, 21, o Governo se pronunciou oficialmente sobre o caso, que ainda está sob investigação.
A coletiva contou com a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico e coordenador do Programa de Reconstrução, Luiz Otávio Gomes; secretário de Defesa Social, Paulo Rubim; secretário de Comunicação, Nelson Ferreira, além do comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Neitônio Freitas, e do comandante da Polícia Militar, coronel Dalmo Sena. Em todos os pronunciamentos um misto de indignação e constrangimento pelo ocorrido.
O secretário Luiz Otávio abriu a coletiva afirmando que o Governo já tomou as providências necessárias desde que o fato foi descoberto e garantiu que o inquérito não ficará nas gavetas. Otávio disse ainda que tudo leva a crer que o desvio de donativos foi um fato isolado e frisou que os culpados serão punidos. “Por menor que tenha sido o furto indignou a todos nós”, reiterou.
Em todo o momento o secretário fez questão de ressaltar a indignação do governador e aproveitou para anunciar que o policiamento nos abrigos das cidades atingidas pelas enchentes será reforçado, e que até o final de agosto, exatamente no dia 30, todas as famílias estarão em abrigos provisórios.
A preocupação do governo é que o trabalho seja prejudicado pela ação de “três ou quatro”, disse o secretário, pedindo à sociedade que continue sendo solidária e que a campanha não seja desacreditada.
O secretário da SDS, Paulo Rubim, confirmou as informações transmitidas na manhã de hoje e o envolvimento de três militares, cujas patentes são soldado, capitão e tenente. O secretário contou que o soldado foi preso em flagrante por um major do Corpo de Bombeiros, que também terá a identidade preservada. Esse mesmo major, que flagrou também a ação do capitão e do tenente, procurou o Ministério Público logo após os flagrantes para pedir proteção, temendo risco de vida. Rubim foi acionado e conseguiu o afastamento do major de suas funções, lotando-o em seu gabinete para garantir sua segurança.
Quanto aos donativos da Receita Federal que foram furtados, Paulo Rubim afirma que ainda não há informações sobre o que foi levado, nem tampouco por quem foi levado. Questionado sobre a divulgação da identidade dos envolvidos no caso, o secretário afirmou: “Vamos divulgar na hora certa. Há o sigilo, mas nada impede que vocês tenham descubram”, disse referindo-se aos jornalistas presentes.
Rubim acrescentou que foi instaurado um inquérito policial e que os envolvidos devem responder por crime de peculato, podendo até mesmo perder a farda. Ele também aproveitou a coletiva para anunciar a doação de 200 mil dólares feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) à Defesa Social para o auxílio às vítimas da enchente em Alagoas.
O secretário de Defesa Social descartou, pelo menos por enquanto, a participação de algum político no caso e também negou o envolvimento de um coronel.
Demonstrando comoção, o coronel Neitônio começou seu pronunciamento afirmando que a corporação nunca viveu nenhum caso como este. “Nunca tivemos militares da corporação envolvidos em um fato tão deprimente. Fiquei profundamente constrangido. Esses militares macularam o nome dos bombeiros”, disse o comandante do CBMAL. Apesar da indignação, o coronel acredita no apoio da população.
“Vamos enfrentar, limpar a sujeira e prosseguir”, disse Freitas acrescentando que a população não fará mau juízo dos bombeiros por conta de ações isoladas. "A população conhece os bombeiros", afirmou.
O coronel disse que, além do Quartel do CB, os quatro galpões usados para guardar os donativos em Maceió contam com segurança particular e da corporação.