Traumatismo cranioencefálico pode ser evitado.
Trabalhando na construção civil há quase duas décadas, o pedreiro Celso da Silva, 32 anos, sempre foi cuidadoso e nunca tinha sofrido acidente de trabalho até o último domingo (18), quando um deslize foi suficiente para provocar a queda de uma altura de 7m durante a construção de uma casa de primeiro andar.
No acidente, Celso bateu com a cabeça e foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), vítima de Traumatismo Cranioencefálico (TCE). “Sempre fui cauteloso no trabalho, mas dessa vez não deu para evitar a queda”, contou Celso, que passa bem e já recebeu alta.
O acidente de trabalho é somente uma das causas do TCE, que chega a registrar 5% de mortalidade quando os casos são graves. De acordo com Aldo Calaça, médico neurocirurgião do HGE, o traumatismo cranioenfálico é toda e qualquer lesão que atinge a cabeça e pode ser caracterizado como leve, moderado e grave.
“Uma pessoa pode ser ver vítima de um traumatismo ao bater com a cabeça ao sair do carro ou num jogo de futebol, mas essas lesões não demandam muita preocupação. Os casos graves são registrados nos acidentes de trânsito, agressões, quedas, atropelamentos e acidentes de trabalho, principalmente na construção civil”, explicou, acrescentando que entre 5% a 10% dos pacientes podem apresentar sequelas mental, cognitiva, psicológica, na linguagem ou motora.
O especialista alerta que a população deve ficar atenta às medidas de prevenção das lesões traumáticas, que quando causam um hematoma intracraniano é necessário procedimento cirúrgico e um período de internação de pelo menos uma semana.
“Para evitarmos o TCE é preciso pensar sempre que existe a possibilidade do acidente, mesmo com o uso de equipamentos de proteção. Por isso, os pais devem educar seus filhos e não deixá-los à vontade em mergulhos de piscinas ou rios. Outras medidas importantes são a prática segura de esportes, que deve ser acompanhada por um profissional capacitado, e o respeito às regras no trânsito”, recomendou.
DataSUS- Segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), o Hospital Geral do Estado registrou, de janeiro a maio deste ano, 123 ocorrências de traumatismo cranioencefálico, com 33 óbitos e investimento de quase R$ 95 mil em tratamento. No mesmo período de 2009, deram entrada na unidade hospitalar 81 vítimas de TCE, 15 destas foram a óbito; o tratamento custou para o SUS cerca de R$ 60 mil.