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Caso Rafael: pedida prisão preventiva dos PMs

O pai do atropelador disse que pagou propina aos dois PMs.

G1

Acusado de atropelar músico presta novo depoimento nesta segunda; PMs estão detidos

A Corregedoria Interna da Polícia Militar pediu, na manhã desta segunda-feira (26), à Auditoria de Justiça Militar que decrete a prisão preventiva de 30 dias dos dois policiais militares que liberaram o carro do atropelador do músico Rafael Mascarenhas. As informações são do relações públicas da PM, capitão Ivan Blaz.

O sargento da Polícia Militar Marcelo Leal e o cabo da PM Marcelo Bigon se apresentaram à polícia, e estão presos no 23º BPM (Leblon), onde trabalhavam.

Eles prestaram depoimento no domingo (25) na Primeira Delegacia de Polícia Judiciária Militar, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio.

Rafael Bussamra, que confessou ter atropelado o músico Rafael Mascarenhas, chegou à 15ª DP (Gávea), por volta de 10h desta segunda-feira (26) acompanhado de seu advogado. Ele presta um novo depoimento, e entrou na delegacia sem falar com a imprensa.

Na sexta-feira (23), o pai do atropelador, Roberto Bussamra, afirmou em depoimento na delegacia, que pagou R$ 1 mil para que ele os dois PMs que abordaram o carro do filho liberassem o jovem após o atropelamento. O pai do rapaz afirmou que os policiais pediram um total de R$ 10 mil de propina.

Rafael Mascarenhas, de 18 anos, morreu após ser atropelado quando andava de skate no Túnel Acústico, na Zona Sul, que estava com um trecho fechado para manutenção. Ele era filho do saxofonista Raul Mascarenhas e da atriz Cissa Guimarães.

Corregedoria da PM quer prisão preventiva
Os dois ficarão presos no batalhão por 72 horas, a partir do horário em que se apresentaram.

A Polícia Militar informou que já decidiu que, mesmo que a prisão não seja decretada nesta segunda-feira, os policiais não retornarão mais para o serviço de rua. Depois da prisão administrativa de 72 horas, os policiais apresentam documento de defesa e o comandante-geral deverá optar pela prisão de 30 dias a fim de garantir o andamento do Inquérito Policial Militar.

Governador comenta o caso
O governador Sérgio Cabral classificou os dois policiais como "bandidos ao quadrado", no sábado. “Eles (os PMs) são mais que marginais: são bandidos ao quadrado”, enfatizou o governador.

Cabral estava em agenda de campanha em Irajá, no subúrbio do Rio, quando comentou o episódio. “A maioria da corporação é digna, séria e honrada e se envergonha com esse tipo de papel”, disse ele.

O governador afirmou que vai recorrer da decisão através da Procuradoria Geral do Estado.

TJ nega prisão preventiva
No sábado (24) foi negado pelo juiz Alberto Fraga, do plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Rio, o pedido de prisão preventiva dos dois policiais militares. A negativa da prisão preventiva não invalida a prisão administrativa determinada pelo comandante da corporação.

Segundo a PM, será aberto um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o caso. Os dois policiais passarão por um conselho de disciplina e deverão ser expulsos da corporação.

Depoimento durou seis horas
O depoimento de Roberto Bussamra na delegacia durou seis horas. Ele contou, ainda, que após a abordagem policial, o grupo parou em um posto de gasolina na Gávea.

Ele foi chamado ao local. Os PMs exigiram R$ 10 mil para liberar os rapazes que atropelaram Rafael. Como não tinha o dinheiro na hora, Roberto Bussamra combinou de pagar a quantia na manhã seguinte, na Praça Mauá.

Ao se encontrar com os policiais, ele inicalmente pagou mil reais. Mas durante o acerto recebeu um telefonema da mulher. Ela contou que a vítima do atropelamento era filho da atriz Cissa Guimarães – e que e ele havia morrido. Roberto passou mal ao receber a notícia e foi retirado do carro por um dos filhos – enquanto os policiais arrancavam com o dinheiro da propina.

O dono da oficina para onde foi levado o Siena preto do jovem após o acidente diz que por volta de 4h30 o automóvel chegou de reboque. O pai e o irmão do motorista esperaram até 8h, quando a oficina abriu. O lanterneiro disse o pai do jovem pediu pressa no conserto porque precisava trabalhar com o carro.