No Brasil, 49 mil parturientes estão infectadas.
Em reunião na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o secretário adjunto da pasta, Herbert Charles, juntamente com representantes do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Sindicato dos Enfermeiros de Alagoas, a Associação Brasileira de Enfermagem (Aben) e os autores do Projeto de Redução da Sífilis Congênita em Maceió discutiram a administração de fármacos no tratamento da sífilis em gestantes.
Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), anualmente, cerca de três milhões de mulheres dão à luz no Brasil. Estudo realizado em 2004, estima que a taxa de prevalência de mulheres portadoras de sífilis no momento do parto seja de 1,6%, o que corresponde a, aproximadamente, 49 mil parturientes infectadas e 12 mil nascidos vivos com sífilis – considerando-se uma taxa de transmissão de 25%, de acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com a realização do diagnóstico da sífilis e o tratamento adequado da gestante e do parceiro durante o pré-natal, é possível eliminar a sífilis congênita como problema de saúde pública. A SMS, em parceria com a Universidade de Toronto, no Canadá, e o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass), criou o Projeto de Redução da Sífilis Congênita que, através do tratamento imediato e adequado da sífilis em gestantes e parceiros, ajudará a reduzir o número de casos de sífilis congênitas.
Além de alguns pacientes se recusarem a realizar o tratamento, o combate à sífilis congênita enfrenta outra barreira. De acordo com Herbert Charles, alguns enfermeiros recusam-se a realizar o tratamento com o medicamento benzetacil. “Essa recusa por parte dos enfermeiros atrasa o tratamento e aumenta o número de casos. Por isso, realizamos essa reunião com entidades representativas dessa classe”, explica o secretário adjunto.
Para a gerente do Núcleo de Atenção do Programa Saúde da Mulher da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), Walquiria Taveiros, o tratamento é confiável e eficaz, por isso não se deve temer. “A eficácia do tratamento com benzetacil foi testada e comprovada. Na verdade, o que existe é um mito, que não é um ‘privilégio’ apenas de Alagoas, mas de todo o Brasil”, disse.
Ainda de acordo com Charles, “as unidades de saúde estão preparadas para realizarem o tratamento, uma vez que a SMS, através da coordenação de farmácia e bioquímica, vem dispondo os insumos contidos na Portaria supracitada, a fim de prestar assistência nos casos de reações alérgicas ao aludido medicamento”, concluiu.
As unidades básicas de saúde de Maceió realizam, gratuitamente, 16 exames laboratoriais para detecção de doenças como sífilis, HIV, toxoplasmose, rubéola e doença de chagas, entre outras. Esses exames fazem parte do Programa de Proteção à Gestante (PPG).
O Programa de Proteção à Gestante é também conhecido como Teste da Mamãe ou Triagem Pré-Natal e tem como objetivo diagnosticar, orientar e prevenir diversos tipos de doenças ainda na gravidez, reduzindo os riscos de mortes e seqüelas tanto para as mães quanto para os bebês.