Laudo do material colhido deverá ser divulgado em 30 dias pela Fiocruz. Lote estava dentro da validade e corretamente acondicionado, afirma SMS.
As secretarias municipal e estadual de Saúde informaram que apenas se pronunciarão oficialmente sobre a morte de Carlos Vinícius Andrade Feitosa, de apenas três meses, após a análise do material colhido pelo Laboratório Central de Alagoas (Lacen) e enviado à Fiocruz. A família alega que a criança teria morrido ontem após tomar uma vacina contra rotavírus na unidade de saúde do município localizada no Bom Parto.
A causa da morte, segundo o atestado de óbito assinado pelo patologista Henrique de Oliveira Costa, do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), foi morte súbita neonatal. A família, no entanto, alega que o bebê começou a passar mal cerca de 30 minutos após receber a dose da vacina. O bebê será sepultado nesta sexta-feira, dia 13.
Em entrevista à Rádio Gazeta, o patologista disse que é precipitado afirmar que houve falha na vacinação. O especialista alegou, ainda, que em caso de invalidade do lote, a vacina perderia a eficácia, mas – em tese – não levaria a criança à morte.
De acordo com assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde, não há qualquer irregularidade na vacina ministrada ao bebê, cujo lote (AROLO 104 AA) está dentro da validade e acondicionado de forma adequada. A assessoria informou, ainda, que outras crianças receberam a mesma vacina ontem e não tiveram qualquer reação.
A assessoria confirmou a interrupção no fornecimento de energia elétrica na Unidade Givaldo Melo Santos, no Bom Parto. Contudo, segundo os servidores do posto, o potencial energético foi restabelecido rapidamente, sem afetar as vacinas.
Não há, até o momento, qualquer fato que comprove que a vacina ministrada a Carlos Vinícius tenha provocado a sua morte. A assessoria de comunicação reforça a importância de ministrar as vacinas às crianças e destacou o início da vacinação contra a poliomielite, cujo Dia D será nesse sábado.
O rotavírus é considerado o mais importante causador da diarréia grave em todo o mundo, principalmente em crianças menores de cinco anos. Crianças prematuras, de baixo nível socioeconômico ou com deficiência imunológica estão sujeitas à manifestação da doença de maior gravidade.
O intervalo entre a contaminação e o aparecimento da doença varia de um a dois dias. A primeira dose deve ser aplicada entre o primeiro mês e 15 dias de vida a três meses e uma semana. A segunda dose deverá ser aplicada do terceiro mês e uma semana até cinco meses e meio, com intervalo mínimo de um mês entre as duas doses.