Espécies amazônicas foram despachadas via Sedex
Curitiba – Supostos traficantes da fauna silvestre tentaram enviar pelo correio, nesta quinta-feira, três jiboias-arco-íris (Epicrates cenchria) e uma periquitamboia (Corallus caninus) de Belém para uma chácara em São Paulo. As serpentes amazônicas foram despachadas escondidas em uma caixa de Sedex, cada uma dentro de um saco de pano, mas foram identificadas pelo sistema de raio X da agência dos Correios, no centro da capital paraense. Os bombeiros foram chamados pelos funcionários para recolher o pacote, que foi entregue ao Ibama.
"A forma como os animais eram transportados é típica do tráfico. Já apreendemos cobras dentro de sacos e meias presos à cintura de passageiros até no embarque do aeroporto Val-de-Cães", disse o chefe da Divisão de Fauna do Ibama no Pará, Leandro Aranha. Segundo ele, tanto a jibóia-arco-íris, que está ameaçada de extinção, quanto a periquitambóia são muito procuradas para serem criadas como animais de estimação por serem dóceis e coloridas.
No início da tarde, agentes da Divisão de Fiscalização do órgão ambiental vistoriaram o local indicado pelo remetente das serpentes, mas o endereço era falso. A Superintendência do Ibama em São Paulo vai inspecionar a chácara para onde elas seriam despachadas em busca de evidências de cativeiro de animais silvestres.
Se identificados, os autores do crime ambiental serão multados em R$ 15,5 mil e responderão a processos civis e penais. As serpentes serão devolvidas à natureza ou destinadas a criatórios conservacionistas, após a análise dos veterinários do Ibama.
A legislação ambiental não permite a criação de cobras como animal de estimação, a não ser que elas sejam identificadas com microchip e sejam de origem comprovadamente legal – adquiridas dos criadouros autorizados pelo Ibama antes da proibição da legislação e nunca capturadas na natureza.
Inicialmente, o Ibama informou que as serpentes pertenciam as espécies jiboias-arco-íris (Epiucrates ceuchria) e periquitambóia (Coralus caninus). Posteriormente, a assessoria de imprensa corrigiu a grafia dos nomes científicos para Epicrates cenchria e Corallus caninus
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