Clube festejou os seus 96 anos com derrota por 3x0.
A noite armada para ser de festa pelos 96 anos do Palmeiras foi de decepção e melancolia para a torcida. Desentrosado e perdido em campo, o Alviverde perdeu por 3 a 0 para o Atlético-GO, nesta quinta-feira, no Pacaembu.
Elias, autor dos três gols da equipe goiana, foi o responsável por estragar a celebração do time paulista, mandando muitos torcedores para casa mais cedo – o público começou a deixar o estádio aos 30 minutos do segundo tempo. Era como se o bicão comesse, bebesse e ainda levasse o bolo da festa alheia para casa, enquanto os convidados – no caso a torcida – se retirava do salão, sem ter o que comemorar.
Assim, o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari perdeu uma invencibilidade de seis partidas no Campeonato Brasileiro e ainda perdeu uma posição na tabela de classificação – é o 13º, com 20 pontos. Enquanto os poucos torcedores palmeirenses que permaneceram no estádio até os minutos finais do jogo cantavam, os atletas palmeirenses pareciam se arrastar em campo. Após o jogo, Felipão foi curto e grosso:
– O Atlético-GO nos deu um banho de bola – disse na entrevista coletiva.
Já o Atlético-GO de René Simões, algoz do Alviverde na Copa do Brasil há pouco mais de três meses, chegou aos 13 pontos e empurrou o rival Goiás para a lanterna da competição.
No próximo domingo, o Palmeiras tenta se recuperar diante do Atlético-MG, outro time que ocupa a zona de rebaixamento no Nacional, em Minas Gerais. Já o Atlético-GO recebe o Avaí, também no domingo, no Serra Dourada.
Goleiro Marcos se lamenta após quase pegar
Antes de a bola rolar, a torcida fez sua parte: cantou parabéns, vibrou ao ver no placar que Valdivia seria titular e tentou montar mais um mosaico na arquibancada para homenagear o aniversariante da noite. Mas o Alviverde, que teve sua oitava formação diferente desde que Luiz Felipe Scolari assumiu o time, se mostrou perdido em campo.
Com raras chances de marcar, a equipe paulista se via dependente de Valdivia, que ainda não apresenta a sua melhor forma. Ainda desentrosado, o chileno bem que tentava levar um sorriso ao rosto do torcedor palmeirense com um drible ou um passe preciso. Mas estava difícil até mesmo para quem tem o apelido de “Mago”.
Na última posição do Brasileiro até o início da rodada, o Atlético-GO procurou seguir o que pediu o técnico René Simões. Quando tinha a bola nos pés, avançava com praticamente os dez jogadores de linha. E assim, aos 15 minutos, levou perigo ao gol de Marcos, que barrou o chute de Elias, nome que se transformaria em um pesadelo mais para frente para a defesa palmeirense.
A resposta alviverde veio somente oito minutos depois. Valdivia deu belo passe para Gabriel Silva, que cruzou direitinho pelo lado esquerdo, mas viu Tadeu se atrapalhar e perder a chance de abrir o marcador.
Depois disso, o que se viu foi o desespero pelo lado palmeirense e festa do lado goiano. Aos 28, Gabriel Silva derrubou Thiago Feltri na área. Marcos ainda caiu para o lado certo, mas Elias bateu bem no cantinho esquerdo do arqueiro alviverde e fez 1 a 0.
Nove minutos depois, Elias marcou mais um para o Atlético-GO. Após receber passe de Diguinho dentro da área, o meia bateu cruzado e Marcos aceitou. O placar, então, passou a marcar 2 a 0 para os visitantes. Água no chope da torcida palmeirense, que vaiou o time na saída para o intervalo. A festa estava sem graça para os donos da casa…
Atlético se segura e estraga festa palmeirense
Para tentar recuperar o clima de festa, Felipão fez mudanças na volta para o segundo tempo. O treinador tirou Luan e colocou Ewerthon, e passou Rivaldo para o lado esquerdo, na vaga de Gabriel Silva – Patrik entrou no seu lugar. As mudanças deixaram o Palmeiras mais aceso no jogo, mas o time ainda esbarrava na marcação dos goianos, que defendiam com os 11 jogadores no seu campo.
Quando tinha a bola, o Atlético-GO se arriscava no ataque. Como no lance aos nove minutos, em que Diguinho avançou sem ser contido pela marcação palmeirense desde o meio-campo até o gol do Marcos. No arremate, porém, o meia do time goiano chutou fraco, sem trabalho para o camisa 12 alviverde.
Como na primeira etapa, Valdivia seguia sendo o respiro palmeirense no meio-campo. O camisa 10 ainda conseguiu um bom passe para Rivaldo no lado esquerdo, mas o volante improvisado na lateral falhou na hora do arremate e acabou parando nas mãos de Márcio.
Com o tempo, a torcida palmeirense começou a se mostrar insatisfeita com a situação. Depois de ter vaiado o time na saída para o intervalo, as arquibancadas pediam "vamos jogar bola" e "raça", além do "não é mole não, tem mercenário jogando no Verdão". Com 30 minutos, muitos começaram a deixar o Pacaembu e não viram que Marcos quase levou o terceiro gol, em um chute cruzado de Marcão.
Quem permaneceu no estádio, se calou depois do terceiro gol de Elias. Aos 38 minutos, ele recebeu passe de Anailson e venceu Marcos mais uma vez. Frustração verde, esperança goiana.