Monitoramento também foi das espécieis nativas.
Uma equipe técnica da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) realizou durante toda esta semana em Alagoas um trabalho de monitoramento da qualidade da água e das espécies nativas do Rio São Francisco. Os estudos foram desenvolvidos no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (Ceraqua São Francisco), centro tecnológico da Codevasf localizado no município alagoano de Porto Real do Colégio. O trabalho já percorreu o Alto, Médio Submédio e parte do Baixo São Francisco e pretende reunir dados que subsidiarão as ações do Programa de Revitalização do rio São Francisco, executado pela Codevasf
O monitoramento deve indicar se as condições atuais das águas estão permitindo o desenvolvimento das espécies nativas e quais são as variedades de peixes que habitam o chamado “Rio da Integração Nacional”. O trabalho de monitoramento consiste na coleta de água, captura de espécies nativas, análises em laboratório e produção de relatórios técnicos. A equipe técnica que realizou o monitoramento é composta por três técnicos do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Três Marias (CIT): o biólogo Yoshimi Sato, o zootecnista Willibaldo Sallum e o engenheiro químico Marcos Vinícius Gomes.
“Este monitoramento está sendo realizado em toda a extensão do rio São Francisco, a partir do centros de recursos pesqueiros e aquicultura da Codevasf. O objetivo é a padronização da metodologia de monitoramento limnológico e da ictiofauna do rio. O primeiro irá permitir conhecer a qualidade da água desse ecossistema e o segundo nos possibilitará identificar as espécies existentes no curso do rio para que possamos comparar com outras regiões do vale do São Francisco”, explicou o biólogo da Codevasf Yoshimi Sato.
Segundo Sato, o monitoramento ictiológico também auxiliará a companhia a produzir dados científicos que possam revelar os resultados dos programas de repovoamento da bacia hidrográfica por meio das ações de peixamento, além de apontar quais espécies estão ameaçadas, a exemplo do Pirá, peixe símbolo do São Francisco e considerado extinto no Baixo São Francisco. Em 2009, somente a 5ª Superintendência Regional inseriu cerca de 2,5 milhões de peixes no rio São Francisco e em seus afluentes.
Yoshimi Sato também acrescentou que os resultados do monitoramento poderão subsidiar as políticas públicas que envolvem a atividade pesqueira na região, já que a Codevasf é uma das instituições com assento no Conselho Estadual do Desenvolvimento Sustentável da Pesca e Aquicultura de Alagoas.
Para o engenheiro de pesca Álvaro Albuquerque, chefe do Ceraqua São Francisco, a padronização dos procedimentos de monitoramento entre os centro de recursos pesqueiros e aquicultura da Codevasf permitirá que a companhia atue com mais segurança nas ações de revitalização, a exemplo dos peixamentos. “Ao final dos trabalho, teremos a possibilidade de identificar espécies ameaçadas e que poderão ser reproduzidas pela Codevasf para reinserção em seu ambiente natural”, comemorou.
Ao final das visitas técnicas, cada centro de recursos pesqueiros e aquicultura da Codevasf irá elaborar um plano de trabalho no qual adotará a metodologia de monitoramento limnológico e ictiológico desenvolvida pela equipe de técnicos da Área de Revitalização de Bacias Hidrográficas da companhia. Os dados apurados também serão utilizados para a produção de documentos técnicos que aperfeiçoem as ações na área de revitalização de bacias hidrográficas.