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México: prefeito é assassinado no Estado do massacre

Filha de 4 anos ficou gravemente ferida.

Reuters

Prefeito morreu e filha de 4 anos está em estado grave

O prefeito do município mexicano de Hidalgo, no Estado de Tamaulipas (nordeste), onde na terça-feira ocorreu o massacre de 72 imigrantes, foi assassinado neste domingo, informou à AFP um funcionário da procuradoria estadual. "Acabam de matar o presidente municipal (prefeito) de Hidalgo", Marco Antonio Leal García, disse à AFP o funcionário da Procuradoria Geral de Justiça do Estado de Tamaulipas, que pediu para não ser identificado.

Leal García, 49 anos, foi morto a tiros quando se deslocava por uma estrada de Hidalgo vindo de seu rancho. O prefeito viajava com sua filha, de 4 anos, que ficou gravemente ferida.

No dia 12 de agosto passado, o ex-prefeito de Hidalgo Cesareo Rocha Villanueva foi gravemente ferido em um atentado. Em 18 de março, a sede da prefeitura de Hidalgo sofreu um atentado com granadas que matou um policial.

Hidalgo, cidade de 24 mil habitantes, está no centro do Estado de Tamaulipas, a 90 km da capital, Ciudad Victoria. É o local onde, na terça, foram encontrados os corpos de 72 imigrantes ilegais, no município de San Fernando, a 180 km da fronteira com os Estados Unidos. Depois disso, uma série de ataques com bombas atingiu o Estado.

Quatro dispositivos explodiram na região num intervalo de apenas 24 horas, deixando 17 feridos. As explosões pareciam ter como alvo locais ligados a investigação das mortes dos 72 imigrantes e, de acordo com correspondentes, a aparência é de que criminosos estão tentando paralisar os trabalhos para recolhimento de provas dos crimes.

Los Zetas
A polícia afirma que os ataques tem todas as marcas registradas de ações realizadas pelo grupo de narcotraficantes Los Zetas, um dos cartéis mais violentos do México e apontado como o responsável pelas mortes dos imigrantes. Após o massacre, o governo federal deflagrou uma grande operação militar e policial em Tamaulipas.

Até o momento, as autoridades mexicanas conseguiram identificar apenas 31 entre os 72 mortos. De acordo com a Procuradoria Geral de Justiça do México, foram identificados um brasileiro, 14 hondurenhos, 12 salvadorenhos e quatro guatemaltecos. As autoridades mexicanas também encontraram o passaporte de um brasileiro entre os objetos das vítimas.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o corpo do brasileiro Juliard Aires Fernandes, 20 anos, foi identificado entre as vítimas. Os documentos de Hermínio Cardoso dos Santos, 24 anos, foram encontrados na fazenda em Reynosa, onde ocorreu o massacre. No entanto, o corpo desta segunda vítima ainda não foi identificado.

Um sobrevivente da chacina, o equatoriano identificado apenas como Freddy, afirmou à polícia que os 58 homens e 14 mulheres estavam tentando ir para os Estados Unidos quando foram sequestrados pelo grupo de criminosos e mortos a tiros quando se recusaram a trabalhar para eles.

O sobrevivente está sob proteção em um hospital militar da Cidade do México. No entanto, um promotor que liderava a investigação sobre as mortes está desaparecido desde a quarta-feira. Magistrados mexicanos afirmam que temem pela segurança de Roberto Suarez, que sumiu junto com um policial que o acompanhava.