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Esposa de professor assassinado é acusada de outro crime

O professor foi assassinado com oito facadas na garagem da casa da esposa.

Do Jornal do Commercio

A Polícia está investigando se a morte de um homem, atendido como paciente por Ana Terezinha Zanforlin (acusada de mandar matar o marido, o professor Paulo Augusto Sperança), foi provocada por um procedimento indicado por ela. Ele teria se submetido a uma aplicação de corticóide para curar dores no ombro. O homem teve um infarto dois dias após o tratamento e morreu. A família dele procurou o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife,para denunciar o fato. Na terça foi instaurado inquérito para apurar exclusivamente o suposto crime de exercício ilegal da medicina, praticado por Ana Zanforlin.

À frente da investigação, a delegada Vilaneida Aguiar, da 4ª Delegacia do DHPP, contou que o homem morto tinha cerca de 70 anos. “Ele enfartou dois ou três dias após o procedimento com o corticoide e morreu um mês depois. Vamos investigar para confirmar se existe ligação”, disse.

Ontem, duas pessoas procuraram a delegada e confirmaram que eram atendidos por Ana Zanforlin, que se apresentava como psiquiatra. “Ela prescrevia medicamentos, procedimentos. Além dessas pessoas, temos os depoimentos dos que foram ouvidos na investigação do homicídio do marido dela. Todos disseram que Ana Zanforlin se apresentava como médica. Temos cartões de visita com o nome dela, mostrando que se apresentava como médica”, garante Vilaneida Aguiar.

Até agora, a polícia ainda não conseguiu identificar qual a real formação profissional de Ana Zanforlin. “Uma hora ela se diz professora. Outra, afirma que se formou em comunicação social. O fato é que médica ela não é nem tem formação alguma na área de saúde”, destaca a delegada.

O inquérito que apura o exercício ilegal da medicina entra hoje no terceiro dia e deverá começar a apresentar provas mais concretas. “Vamos reinquiri-la e, depois que ela confirmar a formação, vamos procurar a faculdade para assegurar que ela passou por lá”, adiantou. O advogado da acusada, José David Gil Rodrigues, disse que ainda não conversou sobre o assunto com a cliente.

Nessa quarta, Ana Zanforlin voltou a ser ouvida pela delegada Silvana Lelis, que investiga o homicídio de Paulo Sperança. O objetivo é conseguiu informações que confirme a participação de outra pessoa no planejamento do crime. O professor universitário foi assassinado com oito facadas na garagem da casa da esposa, na Torre (Zona Oeste), no dia 7 de agosto. O corpo dele foi encontrado no dia seguinte, nos Torrõe do Recife, (Zona Oeste), em seu carro.