Atacante uruguaio sai do banco para garantir a vitória carioca.
O jogo se encaminhava para um justo 0 a 0. Times sem inspiração, errando demais. Mas aí brilhou a estrela do uruguaio Loco Abreu. Aos 45 minutos do segundo tempo, o atacante do Botafogo recebeu cruzamento da esquerda, tirou Edu Dracena da jogada com um leve toque e estufou as redes santistas. A promessa era de muito gols. Ficou só na expectativa. Mas o golaço de Abreu, seu primeiro no Brasileirão, valeu por goleada. O Bota foi a 34 pontos, ultrapassou o Santos e volta para o G-4, na terceira posição.
O Peixe, que perdeu uma invencibilidade que durava cinco jogos e caiu para a quinta colocação, volta a campo domingo. Enfrenta o Ceará, em Fortaleza, às 18h30m. Já o Bota, também no domingo, mas às 16h, recebe o São Paulo, no Rio.
Peixe começa em cima, mas Bota equilibra
O Santos começou o jogo bem a seu estilo: marcação adiantada, pressão nas saídas de bola do Botafogo, buscando um gol rápido. A equipe carioca, ao contrário do que havia prometido o seu técnico, Joel Santana, não veio a São Paulo para atacar. Herrera era o único atacante.Maicossuel, que tinha a missão de se aproximar do argentino, não conseguia receber a bola.
Aos 5 minutos, Neymar cruzou rasteiro, da direita. Durval dominou e chutou forte, praticamente à queima-roupa. Jefferson, mostrando estar com os reflexos em dia, espalmou para cima. Acuado, o Bota não conseguia acertar contra-ataques e chamava o Santos para cima. Aos 13, Keirrison recebeu pela esquerda e tentou um chute colocado, de direita. Jefferson espalmou novamente. Aos 26 e 27, mais duas jogadas de perigo do Santos. A primeira, num contra-ataque rápido, Alex Sandro recebeu de Keirrison e avançou livre pela esquerda. Neymar corria pelo meio, pedindo bola, livre. Mas o lateral-esquerdo optou pelo chute direto, na entrada da área. Mandou por cima. Ouviu broncas de tudo mundo do time.
O Santos parou por aí. Aos poucos, o Botafogo acertou a marcação, pressionou as saídas do time da casa. A bola começou a chegar para Maicossuel. O habilidoso camisa 7 levou muito perigo para a defesa santista, sempre caindo pelo lado esquerdo. Aos 35, ele passou por Edu Dracena e cruzou. Renato Cajá recebeu em condições de marcar, mas o goleiro Rafael foi rápido e abafou o chute.
Agora era o Santos quem estava acuado. Marquinhos não se apresentava para armar o time. Danilo até conseguia roubar bolas, mas errava passes demais. Pará, que seria um desafogo pela direita, também cansou de entregar a bola de presente para os adversários. Dessa forma, o Peixe ficou preso, isolando Neymar e Keirrison na frente. Aos 39, o Bota criou outra grande chance. Maicossuel, mesmo caído, conseguiu passar a bola para Alessandro, que cruzou da direta. A bola, alta, percorreu toda a extensão da grande área e parou no pé esquerdo de Marcelo Cordeiro, que emendou um chute cruzado. Antonio Carlos empurraria para o gol se Durval não chegasse em cima da hora para travar.
Restou a Neymar voltar para buscar o jogo. Somente quando a bola caía em seus pés a equipe paulista criava algo interessante. Aos 43, ele recebeu na intermediária, avançou e chutou de direita, obrigando Jefferson a espalmar mais uma vez. Foi o último lance digno de nota do primeiro tempo.
Jogo fica chato
O Santos deu pinta de que voltaria aceso para o segundo tempo. O técnico Dorival Júnior perdeu a paciência com Marquinhos e Keirrison, que foram muito mal no primeiro tempo, e os tirou da equipe. Entraram Madson e Zé Eduardo. Logo aos 50 segundos, Madson acertou belo passe para Zezinho, que entrou pela esquerda e cruzou de primeira. Zé Eduardo completou para o gol, mas Jefferson fez ótima defesa. O Peixe ficou nisso.
Se na etapa inicial a pressão santista durou mais tempo, na segunda o Botafogo equilibrou as ações rapidamente. Joel Santana percebeu que seu time seria envolvido pelo Santos, que agora tinha jogadores rápidos em campo, e pensou rápido. Tirou Fahel e colocou o talismã Caio em campo, aos sete minutos. O meio de campo carioca se tornou mais ágil. A partir dessa mudança, havia sempre alguém de camisa listrada solto nas proximidades da área santista: ora Caio, ora Maicossuel.
O Peixe voltou a ficar acuado. Faltava alguém para prender a bola no meio de campo, armar jogadas, pensar o jogo. Faltava Ganso. Pela primeira vez desde que o camisa 10 se machucou, contra o Grêmio, na 16ª rodada (ele lesionou o joelho esquerdo e só volta em 2011), o Santos sentiu falta de verdade do seu maestro. Neymar, a estrela solitária da equipe santista, tentava resolver sozinho. Sem sucesso. Faltava alguém para se aproximar do camisa 11. Zé Eduardo tinha dificuldades para dominar a bola. Madson sumiu.
Com os jogadores do Santos sob controle, o Bota começou a cercar o adversário, sem, no entanto, conseguir finalizar jogadas. A partir dos 20 minutos, o jogo tornou-se chato. Disputado de intermediária a intermediária. Nenhum dos times conseguia acertar o último passe, aquele que coloca atacantes na cara do gol.
De repente, o Peixe acordou. Aos 37, Madson acertou bom passe para Neymar, que entrou pela esquerda e chutou cruzado. Zé Eduardo tentou completar, mas foi travado por Alessandro. Estava claro que bastava acertar o passe.
Quando parecia que o jogo ficaria no zero, apareceu Loco Abreu. O uruguaio havia entrado no lugar de Maicossuel e, até então, não havia pego na bola. Aos 45, a bola veio da esquerda. Ele dominou com estilo, driblou Edu Dracena e acabou com o jogo.
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