Três secretários municipais e um empresário são foragidos.
O superintendente da Polícia Federal, Amaro Vieira Ferreira, confirmou que houve de fato vazamento de informação em relação aos mandados de prisão expedidos contra três secretários e um empresário supostamente envolvidos em um esquema de compra de votos na cidade de Santana do Mundaú.
Amaro Vieira disse não poder dar detalhes de como os supostos integrantes da quadrilha agiam, mas confirma que eles são suspeitos de crime eleitoral. De acordo com o superintendente, são fortes os indícios contra os secretários José Élcio da Silva (Administração), Antônio Duarte (Educação), José Márcio Félix da Silva e contra o empresário Carlos Eduardo Pedrosa dos Santos.
Os mandados foram expedidos na sexta-feira, dia 17. Mas – conforme o superintendente – não traziam os endereços dos suspeitos. Por esta razão, a Polícia Federal precisou primeiro localizar as residências e só teria saído para cumprir a prisão na manhã desta segunda-feira, dia 20.
“Não há como negar os fatos. O vazamento houve, mas não há indícios de que ele tenha ocorrido dentro da Polícia Federal. Não há suspeitas de ter ocorrido na PF. Não há este indicativo. Vamos procurar saber de onde vazou e vou me empenhar pessoalmente na prisão dos foragidos”, colocou.
De acordo com Amaro Vieira, “onde quer que estejam os suspeitos, eles são foragidos da Justiça e a Polícia Federal tem o poder de capturá-los”. O superintendente pediu ainda a ajuda da população para que denunciasse o paradeiro dos quatro citados nos mandados de prisão. “Manteremos o sigilo de quem denunciar e esta pessoa pode fazer pelo telefone 3216-6700”, destacou.
Amaro Vieira não falou sobre para qual candidato a suposta quadrilha estaria a serviço. “Não nos importa nomes. A PF cumpre os mandados, seja em relação a quem for”. Ele também disse não poder adiantar informações das investigações ainda em andamento. “Não posso citar detalhes para não atrapalhar as investigações”.
As prisões foram decretadas pelo juiz da 21ª Zona Eleitoral, Marcelo Tadeu. De acordo com informações extra-oficiais, os suspeitos teriam assumido despesa de combustível usado pelos veículos em uma carreata de um candidato a deputado estadual. As despesas podem ter sido pagas com dinheiro público. Mas, as investigações seguem e os suspeitos ainda não são indicados.
Amaro Vieira ainda comentou a situação das eleições em Alagoas de uma forma geral. De acordo com ele, “as eleições em Alagoas são diferenciadas e por isto é preciso uma ação igualmente diferenciada, com base na inteligência”. Segundo superintendente, Alagoas está mapeada em 15 regiões. “Isto garantirá a presença da PF em todos os municípios”, finalizou Vieira.