O gol da vitória foi marcado por Zé Carlos, em cobrança de pênalti.
A alegria que os jogadores do Náutico garantiram ter reecontrado preencheu o estádio dos Aflitos na noite desta terça-feira. A equipe alvirrubra venceu o Figueirense pelo placar mínimo, 1 a 0, mas com uma atuação convincente, e estancou a queda que vinha sofrendo na classificação da Série B. De quebra, sobe momentaneamente três posições.
O gol da vitória foi marcado por Zé Carlos, em cobrança de pênalti, aos 28 minutos do primeiro tempo. Apesar de ter sido melhor que o adversário, com mais volume de jogo e uma atuação primorosa de Giovanni na articulação de jogadas, quase dois pontos escaparam quando Max cometeu um pênalti aos 41 minutos do segundo tempo. Mas o goleiro Glédson brilhou, defendeu a cobrança de Fernandes e garantiu o resultado.
A postura do Náutico foi outra neste jogo com o Figueirense. Dois elementos contribuíram para isso. O primeiro foi a promessa aos jogadores de que a situação financeira se estabilizará. Os salários de julho e agosto ainda não foram pagos. A diretoria chegou junto e mostrou que a situação vai mudar.
A mudança no esquema tático foi também importante. Os jogadores costumavam atuar num esquema com sempre quatro jogadores de natureza ofensiva. Ora um meia e três atacantes, ora dois meias e dois atacantes e uma vez com três meias e um atacante. Hoje a marcação foi reforçada. O time teve três zagueiros e dois volantes.
Cientes de que precisavam se doar mais, os jogadores, desde o início, tiveram uma pegada firme e objetividade quando com a bola dominada. O time roubou bolas e explorou a velocidade tanto de Bruno Veiga, que substituiu Lessa, lesionado aos 5 minutos, quanto dos alas Wilton Goiano e Zé Carlos, que fizeram boa partida. O volante Hamilton e mesmo o zagueiro Walter também buscaram apoiar o ataque.
Aos 14 minutos, Bruno Veiga cruzou da direita para Max, que, dentro da pequena área, finalizou mal porque já havia passado um pouco da bola. O Figueirense respondeu aos 20 minutos. O atacante Willian recebeu desmarcado num contra-ataque e, cara a cara com Glédson, teve seu chute defendido, aos 20 minutos.
Aos 26 minutos, a semente do gol do Náutico. Zé Carlos cobrou falta, e o volante Túlio colocou a mão na bola. Pênalti para o Timbu. O próprio Zé Carlos bateu. Goleiro para um lado, bola para o outro. 1 a 0. O placar permaneceria intacto até o final, mas não por falta de oportunidades.
O Figueirense pressionou com muitas cobranças de escanteio na primeira etapa. Numa delas houve um bate-rebate que assustou a torcida alvirrubra. A defesa aliviou. No entanto, chances claras mesmo teve o Náutico. Max, aos 40 minutos, recebeu um lançamento e arrancou como um tanque em direção ao gol, ganhando na velocidade e no corpo dos defensores. Porém, diante do goleiro Ricardo, chutou para fora. Bruno Veiga, aos 45′, chutou duas vezes dentro da área. Na primeira, Ricardo defendeu. Na segunda, goleiro batido, a bola foi arrematada um palmo acima do travessão.
O Figueirense voltou com duas substituições ao segundo tempo. Mas os planos do técnico Márcio Goiano foram dificultados com a expulsão do atacante e destaque da equipe, Willian, logo aos cinco minutos, por agressão ao meia Giovanni, do Náutico.
Mesmo com um a mais, os alvirrubros não conseguiram ter um bom desempenho no ataque no segundo tempo. O time estava bem postado, tinha a posse de bola e um bom volume de jogo, mas tinha dificuldade para penetrar a área do Figueirense, não arriscava de fora da área e pecava nas finalizações.
Giovanni voltou a fazer a diferença aos 28 minutos. O camisa 10, na ponta esquerda, entortou dois zagueiros do Figueirense, com direito a um drible-elástico dentro da área, e rolou a bola para Bruno Veiga. O atacante chutou fraco. Grande chance perdida.
O grande nome da partida realmente foi Giovanni. O meia articulou a equipe, imprimiu um ritmo de jogo forte, fez bons passes para o ataque e desfilou técnica. Só faltou um gol para coroar. Poderia ter saído aos 28 minutos do segundo tempo, quando ele tentou encobrir o goleiro Ricardo de fora da área. O arqueiro recuou e conseguiu segurar. Seria um gol antológico.
O jogo foi ficando morno; as duas equipes, bastante cansadas, mas o Figueirense tirou um gás do fundo do pulmão para tentar o empate nos minutos finais. E quase conseguiu. O meia Fernandes recebeu a bola na ponta esquerda e, ao driblar Wilton Goiano, sofreu uma falta praticamente em cima da linha da grande área. O árbitro marcou fora da área. Na cobrança, o atacante alvirrubro Max colocou a mão na bola. Pênalti, aos 41 minutos do segundo tempo. Era o prenúncio de um novo tropeço. Mas o goleiro Glédson pulou no canto certo e segurou a bola chutada por Fernandes, garantindo a vitória do Timbu.
Com o resultado o Náutico sobe para a oitava colocação na Série B, com 34 pontos. O time continua a seis pontos do quarto colocado, Ponte Preta (40), que abre o grupo dos classificáveis à Série A. O próximo jogo da equipe alvirrubra será contra o América-RN, no próximo sábado, no estádio Machadão, em Natal, às 15h50. Já o Figueirense recebe o Brasiliense em Florianópolis, às 16h10.
FICHA DO JOGO
NÁUTICO 1 X 0 FIGUEIRENSE
Náutico
Gledson; Wescley, Diego Bispo e Walter; Wilton Goiano, Hamilton, Rodrigo Pontes (Erick Flores), Giovanni e Zé Carlos; Anderson Lessa (Bruno Veiga) (Thiaguinho) e Max
Técnico: Alexandre Gallo
Figueirense
Ricardo; Lucas, João Filipe, João Paulo e Juninho; Túlio, Coutinho (Bruno), Jeovânio (Roberto Firmino), e Fernandes; Reinaldo (Tácio) e Willian
Técnico: Márcio Goiano
Data: 21/09/2010 (terça-feira)
Local: estádio dos Aflitos, em Recife (PE)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (FIFA/RJ)
Assistentes: Rodrigo Pereira Jóia (RJ) e Thiago Gomes Brigido (CE)
Cartões amarelos: Max, Rodrigo Pontes e Wilton Goiano (NAU); Jeovânio, Tulio e João Filipe (FIG)
Cartões vermelhos: Max (NAU); Willian (FIG)
Gol: Zé Carlos, aos 28min do primeiro tempo (NAU)
jconline.com.br