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Bota sai na frente mas cede empate ao Fla

O Botafogo fez um gol à la Zico.

(Foto: Jorge William / O Globo)

(Foto: Jorge William / O Globo)

Por Eduardo Peixoto e Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro

O Botafogo fez um gol à la Zico. Parecia ironia do destino, no dia seguinte à saída do ídolo do Flamengo. Mas o empate com o Botafogo veio à base de sofrimento, em rebote de pênalti inexistente. O resultado de 1 a 1 na noite deste sábado, no Engenhão, não ajudou as equipes na tabela. O quinto empate seguido impede que os alvinegros se aproximem dos times do G-3 (Flu, Corinthians e Cruzeiro) e os leva aos 43 pontos. A grande surpresa da partida foi a ausência de Jobson. Perseguido pela torcida em boa parte da temporada, Lucio Flavio foi o autor do belo chute que abriu o placar.

O adversário segue mergulhado na crise. Sem comandante no futebol após a saída de Zico e provavelmente sem treinador. A presidente Patrícia Amorim não planeja manter Silas no comando. O treinador fez dez jogos e tem apenas uma vitória. A luta contra o rebaixamento continua quente. O time chega aos 30 pontos e fica nas cercanias da zona de rebaixamento. Mas não pode cair para o Z-4 nesta rodada.

Mais uma vez o estádio, principal palco do futebol carioca até o retorno do Maracanã, em 2013, não teve grande público. Apenas 13 mil pagaram ingresso na chuvosa noite de sábado.

Primeiro tempo

Magoada e revoltada com a saída de Zico, a torcida do Flamengo chegou ao Engenhão gritando que o ex-diretor é o “nosso rei”. Havia boatos de que as principais torcidas do clube entrariam em conflito. O grande pivô da demissão do Galinho, o presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro, não foi ao estádio como prometera na véspera.

Os botafoguenses aproveitaram-se da crise do rival com galhofa: “Até o Zico roubou…”. Mas também tiveram uma surpresa desagradável. Jobson foi vetado, e Joel escalou Edno para substituí-lo. A versão oficial é de que ele reclamou de dores no joelho na manhã de sábado. Recentemente, o atacante ficou quase um mês fora por causa de um problema muscular na coxa. Ele atuou contra o Atlético-PR, foi suspenso e não participou do empate por 1 a 1 com o Corinthians, na última quarta.

O Rubro-Negro foi escalado com três zagueiros (David Braz, Ronaldo Angelim e Jean) e Renato na ala esquerda. O time teve mais posse de bola nos primeiros 15 minutos. Mas novamente a estrutura do ataque, com Deivid e Diogo recuando para buscar a bola, atrapalhou a criação de oportunidades. A primeira foi de um meia. Kleberson aproveitou cruzamento de Léo Moura e cabeceou com perigo, aos 18.

O Botafogo insistiu em jogadas pela direita, mas os erros de passe atrapalharam. A partida ficou arrastada, monótona. A apatia também transferiu-se para as torcidas, que pouco se manifestavam.

Aos 32, Diogo pedalou foi à linha de fundo e cruzou rasteiro. A bola passou por Deivid e Willians. No lance seguinte, Kleberson arriscou de longe, e Jefferson defendeu com um soco.

Renato, com cartão amarelo, insistiu em cometer faltas próximas à área. Em uma delas, Lucio Flavio cobrou com perfeição, no ângulo esquerdo de Marcelo Lomba: 1 a 0, aos 35. Foi o primeiro chute do Botafogo no jogo.

O Flamengo tentou manter a calma e se reorganizar. Afinal, estava melhor desde o primeiro minuto. Teve alguns espasmos de bom futebol ofensivo, mas Jefferson os repeliu bem. E o primeiro tempo terminou com gritos de “silêncio na favela” da ala botafoguense e revolta dos jogadores rubro-negros. Eles reclamaram com o árbitro Gutemberg de Paula, e Diogo recebeu o cartão amarelo mesmo após o apito final.

Empate rubro-negro

O Flamengo, em desvantagem, começou a segunda etapa tomando a iniciativa e insistindo em cruzamentos inofensivos. O Botafogo respondeu agredindo e quase levando o adversário ao nocaute. Primeiro, Loco Abreu cabeceou com perigo. Depois foi a vez de Alessandro puxar contra-ataque, driblar Willians e chutar rente ao ângulo direito.

Silas tentou mudar o panorama monocórdio de apenas bolas altas e colocou Petkovic em busca de criatividade. Ele errou tudo. Mas uma falha de Alessandro recolocou o time no jogo. Ele perdeu a bola para Ronaldo Angelim na área se enrolou com o rubro-negro. O árbitro Gutemberg de Paula marcou pênalti que não existiu e deu cartão amarelo para o botafoguense, aos 29.

A torcida pediu, e Petkovic foi para a cobrança. O sérvio bateu mal, Jefferson pegou. Mas Léo Moura aproveitou o rebote e bateu forte e rasteiro para empatar, aos 31.

O Flamengo perdeu a vantagem numérica um minuto depois. Renato deu carrinho em Túlio Souza e também foi expulso. A partida ficou emocionante e aberta. Loco Abreu chutou no alto aos 43 e Marcelo Lomba fez linda defesa. Mas o jogo não saiu do empate.

globo.com