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Eduardo Campos é reeleito com 82% dos votos válidos em PE

82,26% do eleitorado, com 2,8 milhões de votos.

jconline.com.br

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A fácil reeleição do governador-candidato Eduardo Campos, sobre o senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, deve-se a diversos fatores, locais e nacionais, mas o mais óbvio é o reconhecimento do eleitorado de que ele fez um bom governo e avançou, especialmente em áreas como o combate à segurança ou a saúde, como o blog já teve oportunidade de registrar aqui.

A vitória de Eduardo Campos, nem por isto, deixa de ser impressionante.

Embora todos esperássemos sua eleição no primeiro turno, conquistar cerca de 82,26% do eleitorado, com 2,8 milhões de votos, contra cerca de 500 mil de Jarbas, é um resultado histórico.

Eduardo teve a inteligência aproveitar a herança bendita deixada pelo antecessor, negando-lhe o crédito, como faz Lula com os tucanos.

O socialista também teve a competência de cercar-se de uma boa estratégia de campanha. Eduardo simplesmente deixou Jarbas falando do passado. Não aceitou a comparação com o governo Jarbas/Mendonça, com o slogan Daqui para Melhor.

Em sua campanha, destacou as obras federais, como a refinaria e o estaleiro que estão sendo erguidos no complexo portuário de Suape.

“Fizemos uma campanha que prestou contas à sociedade e falou do futuro de Pernambuco. Nossa vantagem nas pesquisas é expressiva, mas temos que aguardar a expressão do voto popular. Os políticos já falaram. Agora é a hora do povo falar”, disse hoje cedo, depois de votar.

Jarbas teve uma atuação combativa no Senado e mesmo sendo oposição a Lula em um estado em que o presidente tem uma enorme popularidade, a performance de Jarbas ficou aquém de sua atuação e dimensão histórica. Não havia muito o que fazer.

Jarbas, 68, disputou a eleição contra sua vontade. Com mais quatro anos de mandato no Senado, ele assumiu a candidatura a pedido do presidenciável tucano, José Serra, que precisava de um palanque forte no Estado. Durante a campanha, perdeu o apoio da maioria dos prefeitos do PSDB, que já não tinha há muito tempo.

A situação lembra aquela roda de pogo que os maluquetes punks fazem em shows, quando pulam do palco sobre a plateia. Todos brincam pulando sobre os outros, quando são abraçados para evitar que se esborrachem no chão.

No caso de Jarbas, foi um pula que eu abro. Estatelou-se.

Uma das falhas mais evidentes do senador do PMDB foi encastelar-se em Brasília, usando seu gabinete apenas para a disputa ideológica com o governo do PT. Enquanto isto, Eduardo Campos, como fez quando concorreu com Mendonça Filho, para seu primeiro mandato, viajou a todos os municípios do Estado e fez acordos até com oposicionistas.

Será necessário agora uma reformulação ampla e profunda da oposição, depois de uma devida lavagem de roupa suja. O maior erro da oposição, para mim, foi a falta de renovação dos quadros. Figurões personalistas nunca cuidaram de cuidar da sucessão. Vejam o caso do deputado federal Roberto Magalhães que abandona a política somente agora, por suposto desgosto com a atividade.

O cenário para a oposição em PE só pode ser péssimo. Marco Maciel poderia ter um desempenho bem melhor, mas ficou com cerca de 12-13%. Para um nome com esta dimensão, é uma votação irrisória e reforça a a visão de um péssimo cenário para a oposição em PE.

Eleito hoje no primeiro turno, Campos poderá comemorar a derrota histórica sofrida por seu avô Miguel Arraes (1916-2005) na eleição de 1998, vencida pelo mesmo Jarbas.

Arraes, que à época tentava a reeleição, perdeu por uma diferença de 1,06 milhão de votos. Campos pode superar essa soma e cravar a vitória mais elástica do país.

O governador deve ao avô o início da sua carreira política.

Ele ocupou cargos de confiança quando Arraes governou Pernambuco (1987-1990 e 1995-1998). Campos tem o apoio do presidente Lula, de quem foi ministro da Ciência e Tecnologia até 2005.

EDUARDO CAMPOS(PSB)
Nome: Eduardo Henrique Accioly Campos
Idade: (nasceu em 10/08/1965, no Recife)
Graduação: Economista
Esposa: Renata de Andrade Limpa Campos
Filhos: Maria Eduarda, João, Pedro e José Henrique
Filiação política: Partido Socialista Brasileiro (PSB)
» Foi chefe de gabinete no segundo governo Miguel Arraes (1987-90)
» Secretário de Governo e da Fazenda no terceiro governo Miguel Arraes (1995-98)
» Ministro da Ciência e Tecnologia do Governo Lula (2003-2006)
» Candidato a prefeito do Recife (1992)
» Deputado estadual (1991-95)
» Deputado federal (1995-98/1999-2002/2003-2006)
» Governador de Pernambuco (2007-2010)