Vice de Vilela na disputa acredita na vitória de Serra.
O ex-deputado federal Thomaz Nonô (Democratas) – que é vice na chapa encabeçada por Teotonio Vilela Filho (PSDB) – comentou a aliança entre Ronaldo Lessa (PDT), que é rival dos tucanos, e o senador Fernando Collor de Mello (PTB), durante um encontro político de lideranças. De acordo com Nonô, Collor “não vai conseguir transferir os votos para Lessa, porque já demonstrou isto”.
Thomaz Nonô relembrou o recente empenho do ex-presidente em eleger o filho – Fernando James – para a Prefeitura de Rio Largo. “Fernando Collor chegou a se mudar para lá, mas não o elegeu. Ele terminou em terceiro lugar na disputa. O Collor não possui comando sobre os votos dele e isto é uma realidade. O Collor tem uma característica que é a dificuldade de transferência”.
O vice de Vilela na disputa relembrou que faz esta avaliação com base no fato de já ter concorrido a campanhas contra Collor e com o apoio do senador petebista. Quanto à união com Lessa, ele afirma: “é uma aliança previsível. No primeiro turno, eles jogaram juntos e foram derrotados juntos. Natural que agora apareçam juntos”.
“Quem vai ter que explicar esta aliança com muito cuidado serão eles, pois todo mundo sabe o que um pensava do outro até bem pouco tempo atrás”, salientou. Thomaz Nonô negou ainda comentários de bastidores de que tucanos chegaram a procurar o ex-presidente antes que ele fechasse aliança com o pedetista. “Não procuramos Collor, nem o governador – que estava viajando – o fez”.
“Collor e Lessa possuem um passado que não recomenda a aliança no presente”, destacou. Ao falar ainda sobre apoio de candidatos derrotados a Vilela, ele colocou: “Eu gostaria apenas do apoio do Tony Cloves (PCB). Ele tem pouco voto, mas é um apoio sincero”.
Mas, revelou: “o que temos feito é procurado alguns eleitores do Collor, que não vamos revelar quem é”, destacou. A negativa de uma conversa com Collor também foi feita pelo próprio governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). De acordo com ele, há um diálogo com prefeitos que apoiaram o senador no primeiro turno e apenas isto.
Thomaz Nonô ainda avaliou a campanha de seu candidato à presidência – José Serra (PSDB). “Eu estou animado com a campanha do José Serra. A Dilma caiu profundamente e a ascensão da Marina Silva (PV) – derrotada no primeiro turno – não foi por conta do ‘voto verde sustentável’, mas sim por uma rejeição a petista. É natural que estes votos migrem para o Serra. Então, acredito na vitória”, colocou.
“As ciganas que cantaram a vitória na Dilma no primeiro turno erraram”, ironizou ainda o ex-deputado federal, que trabalha na coordenação nacional tucana. Mas, Nonô reconhece erros cometidos no primeiro turno. “Houve equívocos na campanha a do Serra. Foi muito água com açúcar. Temos que mudar a linha editorial. Foram omitidos erros do PT e escondido conquistas importantes feitas pelo PSDB (referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso)”, colocou.
De acordo com Nonô, Dilma Rousseff “se enrola sozinha”. “A questão do aborto exemplifica bem isso”, finalizou Nonô.