O motivo para a morte, seria a Presidência da Câmara.
Três integrantes da mesma família foram presos, na manhã desta sexta-feira (08), na cidade de São Paulo do Potengi, distante 70 km da capital Natal. O pai, Domingos Cardoso de Melo, e os filhos Dário Ari de Melo e Dairo Alex de Melo, são acusados de um homicídio ocorrido em novembro de 2006, contra um vereador do município de Santa Maria, Francisco Canindé Gomes, morto a tiros. O motivo para a morte, de acordo com familiares da vítima, seria a Presidência da Câmara Municipal de Santa Maria.
Na época em que o crime foi cometido, João Paulo de Melo, filho de Domingos Cardoso de Melo e irmão de Dário Ari e Dairo Alex, também era vereador e, de acordo informações obtidas durante as investigações do caso, a motivação do crime teria sido por questões políticas. “Eles tiveram desavenças no âmbito político e isso teria levado à prática do homicídio”, explica o delegado Petrus Antonius, titular da DP de São Paulo do Potengi. O trio havia sido preso logo após o crime, mas o advogado conseguiu que eles fossem libertados.
No entanto, o juiz expediu novamente um mandado de prisão contra os três no último dia 29 de setembro, que foi cumprido na manhã desta sexta-feira (8). Eles foram detidos dentro de casa, no centro de São Paulo do Potengi. Nenhum resistiu à prisão, exceto Domingos Cardoso que acabou passando mal e teve que ser levado ao hospital. Após liberado, foi encaminhado à delegacia. No momento, o pai e os filhos se encontram no Centro de Detenção Provisória do município.
Crime
Em 2006, Francisco Forte, como era conhecido o vereador Francisco Canindé Gomes, era o presidente da Câmara Municipal de Santa Maria. Ele, que estava com o mandato na Mesa Diretora terminando no fim do ano, possivelmente seria sucedido pelo vereador João Paulo de Melo, filho de Domingos Cardoso de Melo e irmão de Dário Ari de Melo e Dairo Alex de Melo. No entanto, uma possível alteração na norma da sucessão teria motivado o crime.
Segundo familiares de Francisco Forte, outro vereador de Santa Maria discutia a possibilidade de apresentar uma proposta de alteração no regimento interno da Casa, em que o mandato do presidente seria de apenas um ano, havendo, portanto, quatro eleições por Legislatura. Ao saber da possibilidade de que essa alteração fosse aprovada, o pai de João Paulo de Melo teria ameaçado de morte Francisco Forte. "Mas ele não levou á sério, porque achava um motivo tão banal para um crime como esse", garantiu Miclécia Regina Gomes, filha do vereador morto.
Apesar das constantes ameaças por telefone ao saber que o presidente da Câmara iria receber a proposta e levá-la à votação, Francisco Forte relutou em falar sobre o caso à polícia. Porém, depois que pessoas da própria comunidade disseram que Domingos Cardoso já planejava o crime, o presidente da Câmara resolveu conversar com o delegado da cidade. Mas não houve tempo.
No momento em que Francisco Forte estava no restaurante do posto de gasolina da cidade, onde aguardava o delegado, Domingos Cardoso, Dário Ari e Dairo Alex chegaram ao local em um carro desconhecido e dispararam três vezes contra o presidente da Câmara, que não teve tempo de reagir e morreu na hora.
Os três passaram apenas seis meses presos e o processo estava arquivado. No entanto, após a reabertura do caso, nova prisão foi solicitada pela Justiça, para o alívio da família. "Eles ainda faziam medo a todos nós. Diziam que nada aconteceria com eles. Eles são ameaças para a gente sim, e o que queremos é apenas Justiça. Essa prisão foi uma glória de Deus", disse Miclécia Regina.
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