Houve aumento de coliformes fecais em seis trechos.
A Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma) divulgou o mais recente relatório do Projeto Mar Aberto (PMA). De acordo com o documento, a balneabilidade das praias apresenta-se de modo positivo, apesar de haver um aumento na média anual de coliformes fecais nos seis pontos analisados pelo projeto, localizados nas praias de Jatiúca, Ponta Verde e Pajuçara.
A Sempma também ressalta que esses índices são parciais (referentes até o mês de setembro). A expectativa é de que, com a chegada do verão, a balneabilidade das praias deve melhorar.
Segundo o documento, a média de coliformes fecais dos trechos analisados é de 1.552,7 por 100 ml, enquanto em 2009 foi de 1.105 por 100 ml. Entretanto, conforme destaca Ricardo Ramalho, secretário da Sempma, a tendência é que essa média caia e fique inferior à do ano passado. “É normal esse índice no inverno, devido às chuvas, mas com a chegada do verão essa média vai melhorar bastante, ficando no mesmo patamar ou menor que a de 2009”, explica.
Apesar de a média anual ainda ser significativa, já houve uma redução de 86,3% no índice de coliformes em comparação a 2004, um ano antes do início do PMA, quando a média anual de coliformes fecais nos seis pontos chegava a 8.043 por 100 ml. Os dados parciais de 2010 mostram que até setembro essa redução já chega a 80,7%, também comparados a 2004.
O secretário também aponta que o percentual de balneabilidade na categoria ‘Própria’ se aproxima ao referente a 2009 (75,2%), sendo 72,8% em 2010. Antes do PMA, em 2004, menos da metade dos pontos analisados foram considerados próprios para banho: apenas 48,6%. “A melhor notícia é que na categoria ‘Excelente’ houve aumento no percentual: em 2009 foi de 57,8%, e nesse ano já chegou a 59,5%”, destaca Ramalho, lembrando que, de acordo com o Conama, a categoria ‘Própria’, é subdividida em ‘Excelente’, ‘Muito Boa’ e ‘Satisfatória’.
Os cálculos apresentados no relatório foram feitos com base nos boletins semanais emitidos pelo Laboratório de Estudos Ambientais (LEA), do Instituto do Meio Ambiente (IMA), que monitora a balneabilidade das praias. E a redução dos índices só foi possível devido ao trabalho intenso de monitoramento e fiscalização, desenvolvido pela Sempma em parceria com outros órgãos públicos, identificando e eliminando os focos de poluição provenientes do lançamento de esgotos nas galerias pluviais.
O PMA teve início em março de 2005, a partir de um convênio assinado entre diversos órgãos da administração pública de Maceió (a extinta Somurb, a Sempma e a Secretaria Municipal de Promoção do Turismo [Semptur]), além da Procuradoria Geral do Município e do Ministério Público Estadual).
Com a finalidade de cumprir medidas para acabar com as manchas de esgoto na orla de Maceió, o PMA interferiu fortemente para eliminar as ligações irregulares à rede de galerias de águas pluviais. “Os resultados são muito satisfatórios. Estamos alcançando o objetivo inicial do projeto com um trabalho intenso de fiscalização e com o apoio de parceiros muito importantes, como o Ministério Público Federal”, diz o secretário da Sempma.
O relatório do PMA foi apresentado, em primeira mão, aos representantes das secretarias municipais de Promoção do Turismo e de Infraestrutura, da Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió, da Agência Reguladora de Serviços de Saneamento, e da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis (ABIH). Na ocasião, também foi mostrado o vídeo sobre o projeto, que será lançado para escolas e empresas do setor turístico. “Esse projeto é muito importante, por isso precisamos trabalhar estratégias de divulgação no setor turístico, além de outras iniciativas”, destacou o presidente da ABIH, Carlos Gatto.