Sefaz esclarece que quadrilha usava dados da Receita.
A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) reitera aos consumidores que o sistema utilizado pela Nota Fiscal Alagoana não foi vítima de invasão e nem apresentou qualquer erro que tenha possibilitado o golpe aplicado pela quadrilha presa nesta segunda-feira (18). Segundo a coordenadora da NFA, Aida Gama, o grupo só conseguiu agir porque utilizava um banco de dados com CPFs de Alagoas.
Com informações sobre diversas pessoas em mãos – muitas vezes incluindo até endereço –, os criminosos cadastravam cidadãos que já tinham informado seu CPF em compras, mas não estavam cadastrados no programa. “Os bandidos tinham nomes e CPFs de alagoanos e foram testando no sistema até achar aqueles que não estavam cadastrados”, diz ela.
A gestora complementa que, apesar de alguns dados, como email e telefone, serem falsos, os principais estavam corretos. “Não foi um erro nem uma fragilidade do sistema. O software está preparado para comparar nome e CPF e, se eles estão certos, o cadastro pode prosseguir. O que aconteceu foi que a quadrilha tinha um programa com nomes e CPFs”, acrescenta Aida.
O golpe foi descoberto em maio, quando a empresa HP 2000 apareceu entre os ganhadores do quinto sorteio. Uma verificação feita pela Equipe de Tecnologia da Sefaz revelou que este e outros estabelecimentos fantasmas estavam utilizando CNPJs de prefeituras e bancos para participar da NFA. Os valores pertencentes às pessoas cadastradas pelos criminosos eram transferidos para eles mesmos.
Devido à sistemática usada pelo grupo, a partir da agora, transferências entre contas, seja de pessoas físicas ou jurídicas, não serão mais permitidas. “Já foi definido que essas transferências estão proibidas. Será possível transferir créditos apenas para entidades de ação social reconhecidas pelo Estado de Alagoas”, afirma Aida Gama.
Cerca de 1.500 CPFs e CNPJs foram lesados pelos criminosos, presos em São Paulo em uma ação conjunta das Polícias Civis paulista e alagoana, responsável pelo inquérito. Os consumidores registrados no site, no entanto, não sofreram perdas. “Eles não precisam se preocupar, pois estas informações estão protegidas pela política de segurança adotada na Fazenda”, reforça a coordenadora.