Ambulatório passa a funcionar com a inauguração da primeira fase; até novembro, cerca de 80% do hospital já estará em funcionamento, beneficiando mais de 400 mil alagoanos que dependem do serviço público de saúde
A população de 24 municípios alagoanos começa a ser beneficiada com o funcionamento do Hospital Clodolfo Rodrigues, localizado em Santana do Ipanema, a partir desta quinta-feira (28), quando acontece a inauguração da primeira fase da unidade de Saúde, o Ambulatório.
Antes do investimento de mais de R$ 5,5 milhões feitos pela atual gestão estadual, o Hospital Clodolfo Rodrigues era uma obra inacabada, do ponto de vista arquitetônico e patrimonial, e que estava parada desde 2005. Com a retomada dos investimentos, o hospital finalmente poderá começar a funcionar. Quando estiver em pleno funcionamento, o Estado poderá contar com mais 173 leitos, distribuídos entre UTIs adulta e pediátrica, clínicas médica, cirúrgica, obstétrica e pediátrica, emergência e neonatologia.
Além do repasse direto de recursos para que o Hospital de Santana tenha condições de começar a funcionar, o governo do Estado adquiriu dois geradores, raio x, mesa cirúrgica, autoclave, entre outros equipamentos. Os leitos do hospital serão inaugurados de forma progressiva, conforme cronograma, sendo iniciados pelas áreas de maior carência. Depois de entrar em funcionamento, o Clodolfo Rodrigues vai contar, também, com Urgência 24 horas.
“Todos os equipamentos foram comprados utilizando recursos federais e estaduais, para fazer o hospital funcionar da maneira que a população precisa. O grande foco tem que ser sempre a assistência ao nosso usuário e essa assistência tem que ser feita da melhor maneira, com a melhor qualidade que podemos oferecer”, destaca o superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Vanilo Soares, afirmando que, até o final de novembro, pelo menos 80% do Hospital de Santana do Ipanema estará em atividade.
Depois de estar em pleno funcionamento, o Clodolfo Rodrigues vai garantir o acesso de cerca de 401 mil usuários aos serviços de saúde. Isso porque a expectativa é que a população de Água Branca, Batalha, Belo Monte, Canapi, Carneiros, Delmiro Gouveia, Dois Riachos, Inhapi, Jacaré dos Homens, Maravilha, Mata Grande, Monteirópolis, Olho D’água das Flores, Olho D’água do Casado, Olivença, Ouro Branco, Palestina, Pão de Açúcar, Pariconha, Piranhas, Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema, São José da Tapera e Senador Rui Palmeira passe a ter o Hospital de Santana como referência.
Além disso, existe a expectativa de que, com a inauguração do novo hospital, ocorra um forte impacto no atendimento da Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca, reduzindo a demanda hoje existente. “Há também um impacto a ser sentido no Hospital Geral do Estado”, destaca Vanilo Soares.
Modelo de gestão – O Hospital Clodolfo Rodrigues será o primeiro de Alagoas a ser gerido por uma Organização Social (OS), modelo de gestão que já vem sendo utilizado em estados como Pernambuco, São Paulo e Bahia, apresentando bons resultados. Segundo Vanilo Soares, em São Paulo, por exemplo, das 46 unidades de Saúde que ficam sob a responsabilidade do Estado, 23 são geridas por OS.
“Para se ter uma ideia, dos 23 hospitais que são geridos pela OS em São Paulo, oito já foram devidamente acreditados em termo de qualidade. Dos que continuam sendo geridos pelo Estado, apenas um conseguiu a acreditação. Eu considero a gestão por meio de Organizações Sociais um avanço e entendo como sendo uma facilitação na gestão para torná-la mais ágil”, afirmou Vanilo Soares.
A OS responsável pela gestão do Hospital Clodolfo Rodrigues é o Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas), que foi escolhido por meio de licitação. Antes, para que o novo modelo de gestão pudesse ser adotado, uma lei foi aprovada na Câmara Municipal de Santana do Ipanema.
O contrato com o Ipas tem validade de 12 meses. Por meio dele, a OS fica responsável pela gestão e custeio do hospital. Um convênio firmado entre os governos estadual e municipal é o que vai garantir o funcionamento da unidade de Saúde. Por meio dele, o Estado está repassando, mensalmente, durante seis meses e até dezembro, a quantia de R$ 1,878 milhão. O município entra com uma contrapartida.
“Nós avaliamos os modelos de gestão das fundações, das Oscips, e das OSs, e as que melhor se adaptaram à lógica de trabalho que queríamos foram as Organizações Sociais que são, a maioria delas, instituições beneficentes”, diz o superintendente.
Ele destaca que a mesma lei que estabeleceu a nova forma de gerenciamento em Santana do Ipanema, também criou o Conselho Gestor, responsável por fiscalizar o funcionamento da unidade de Saúde e que conta com representação do município e da sociedade civil, por exemplo.