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Empresário morto: acareações tentam acabar contradições

Delegado pedirá prorrogação da prisão dos acusados.

Flávia Duarte/Alagoas24horas

Claudemilson Sátiro de Oliveira, o Matado, nega qualquer envolvimento no crime

A acareação entre os cinco suspeitos de participação no assassinato do empresário capixaba Luiz Fernando Mattedi Tomazi, de 41 anos – crime ocorrido no dia 14 de setembro em um trecho da Avenida Leste/Oeste, no Jacintinho -, pode pôr fim às contradições nos depoimentos dos acusados. Pelo menos é isso que espera o delegado que preside o inquérito, Valdor Coimbra Lou.

Em entrevista, o delegado afirmou que não teria mais dúvida quanto à participação da esposa da vítima, Hornela Giurizatti, 33 anos. “Hornela foi quem fez toda a armação para a morte da vítima”, explicou Valdor Coimbra Lou.

Hornela e a empregada doméstica da casa onde morava em Riacho Doce, identificada como Margarete, foram as primeiras a serem postas frente à frente para a acareação. Segundo o delegado, Margarete manteve o depoimento, onde apontou que Hornela teria diluído remédio em um chá para dopar o marido antes do crime. “A Gal [Margarete] afirma que Hornela machucou três comprimidos Rivotril e colocou no chá servido para o Luiz Fernando. Ela teria feito o procedimento na frente da empregada”, destacou.

O delegado espera, com as acareações, pôr fim nas contradições dos depoimentos de Hornela e ainda chegar a uma conclusão sobre a participação ou não do sócio de Luiz Fernando, Emerson Raposo Coto. Questionado sobre qual seria a participação de Emerson no crime, Valdor informou quer Hornela alega, nos últimos depoimentos, que o plano para matar o empresário teria partido dele. “Ela diz que o sócio achava que Fernando queria interná-lo para ficar administrando a empresa. O internamento seria para um tratamento de dependência química”. Em outros depoimentos, Hornela teria dito que as motivações de Emerson seriam para ficar administrando sozinho a empresa.

O delegado informou ainda que Emerson teria acusado Hornela no crime, mas afirma que pretende com a acareação descobrir se houve participação do sócio no plano para matar o empresário. Nas primeiras versões do crime apresentada pela Polícia Civil, Emerson foi apontado como o intermediador do contato de Hornela com a traficante Rosineide da Silva, conhecida como Neidinha.

Em entrevista ao Alagoas24Horas, Emerson afirmou não ter participação no crime. Ele disse ainda que não teria acusado Hornela no crime e que assim que soube do assassinato não chegou a desconfiar da viúva. “Eu não conheço a Neidinha, nunca tive contato com ela”, justifica Emerson quando questionado sobre a acusação de ser o intermediador do contato com a suposta traficante.

Já o acusado de ser o autor material do crime, Marcos Paulo Silva, o Marquinhos, não quis conversar com a imprensa e limitou a dizer que não foi ele quem atirou em Luiz Mattedi. Em depoimento ao delegado, ele aponta um homem identificado como “Binho” – que continua foragido – como o autor do disparo.

Claudemilson Sátiro de Oliveira, conhecido como Mota ou Matado, disse não ter envolvimento com o crime. “Eu apenas comprei a arma que ela [Hornela] me ofereceu. Paguei R$ 1.500,00 em uma pistola. Foi ela que me procurou para vender a arma”, disse.

O delegado deverá colocar todos os suspeitos na mesma sala para confrontar os depoimentos. Valdor disse ainda que irá entrar com pedido de prorrogação da prisão dos acusados, uma vez que o inquérito não foi concluído.