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Governo quer expandir integração das polícias nas capitais

As cidades da Copa terão os centros até 2012.

Maquete mostra espaço de monitoramento do centro de integração que está em construção no Rio

O governo federal pretende expandir a criação dos centros integrados de comando das polícias para todas as capitais brasileiras, segundo informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), subordinada ao Ministério da Justiça. O governo já havia anunciado que as 12 cidades-sede da Copa contarão com os centros até o fim de 2012.

"Eficácia na segurança pública é a integração de fato das polícias brasileiras. Por isso, teremos até 2012 centros integrados nas 12 capitais-sede da Copa. E, correndo ao mesmo tempo, sem data precisa para concluir, mas concomitantemente, para as outras 15 capitais do país, integrando todo o sistema de segurança pública brasileiro", afirmou o major Alessandro Aragon, subsecretário nacional de Segurança Pública.

De acordo com Aragon, até janeiro de 2011, a previsão é de que todos os termos de referência para construção dos centros estejam assinados. Os documentos servirão para oficializar que as forças estaduais e federais trabalharão em conjunto.

O Ministério da Justiça informou que cada centro terá homens de diversas forças, a federal, com Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Forças Armadas; a estadual, com Polícia Civil e Militar; e a municipal, com guarda civil.

As 12 cidades-sede da Copa, que receberão os centros até 2012, são: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Recife (PE) e Salvador (BA).

Pelo convênio firmado entre União e governos estaduais, o estado arca com os custos da construção, e o governo federal equipa os órgãos.

A integração entre as polícias foi um dos aspectos decisivos para o sucesso da operação policial no conjunto de favelas do Alemão, no Rio de Janeiro. Há mais de duas semanas, tropas da PM, equipes da Polícia Civil e pessoal de exército atuam em patrulhas – veja vídeo ao lado sobre integração das polícias no Rio.

A ação para combater o tráfico no Rio vai passar a ser constante após a criação do centro. No estado, de acordo com a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop), as obras começaram em outubro deste ano e terminam até julho de 2011.

Conforme a Emop, o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) do Rio será no Centro da capital e custará R$ 36 milhões. Abrigará, em um mesmo espaço físico, o teleatendimento da Polícia Militar (190), do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu (192), Corpo de Bombeiros (193), Polícia Civil, Defesa Civil municipal, Guarda Municipal, Polícia Rodoviária Federal e CET-Rio.

Tudo será dividido em um prédio de quatro andares que contará com uma sala de monitoramento com telão, sala de crises, salas privativas para reuniões, salas de inteligência, alojamentos, heliponto, entre outros.

‘Maioridade da segurança’
Para o subsecretário de Segurança Pública, Alessandro Aragon, os centros vão representar a "maioridade da segurança pública" no país.

"Os Estados Unidos tiveram que passar por uma crise em 2001 para integrar as polícias. No 11 de setembro, as equipes não falavam umas com as outras. Quando desabaram as torres gêmeas, um departamento sabia que ia desabar e não conseguiu falar com o outro. E morreram 86 policiais do departamento de Polícia de Nova York, porque não existia comunicação. (…) Isso os americanos conseguiram fazer passando por uma crise. Nós temos a oportunidade de aprendermos com isso e teremos, até dezembro de 2012, os centros de comando de controle", avalia o subsecretário.

Aragon diz que a integração só beneficiará a população. "Nos centros de controle sentam todos os gestores de segurança, Samu, Bombeiros, PM, guarda. Para o cidadão, não interessa se quem atende ao caso do furto de veículo é a PM, a Polícia Civil ou os escoteiros. Ele quer ter a solução de seu problema, só isso."

Para a Copa do Mundo, os centros não devem focar apenas em questões do dia a dia de violência urbana, mas sim voltar as atenções para a situação nos estádios, nos hotéis, instalações utilizadas pelas delegações brasileiras e eventos realizados pela Federação Internacional de Futebol (Fifa).

O centro de Brasília pode centralizar as operações relacionadas à Copa nos demais estados. A formatação exata dos centros integrados, no entanto, ainda está em discussão. No fim do mês passado, autoridades de vários estados se reuniram em encontro técnico sobre o tema no Ministério da Justiça. Novas reuniões e seminários devem ser realizados em 2011 para tratar sobre a integração das forças de segurança.