Medidas de segurança para evitar a entrada da superbactéria já são adotadas no dia a dia
Na luta para suprir a carência de leitos de UTI no Estado, em virtude da bactéria que provocou o fechamento da maternidade do Hospital Universitário, a direção da Maternidade Escola Santa Mônica está preocupada, pois até o final da manhã desta segunda-feira, 4, tinha disponível apenas dois leitos na UTI NEO, um deles reservado para uma paciente de alto risco de Arapiraca. “Não temos como ficar tranqüilos, pois além de sermos referência para esse tipo de paciente, somos a única maternidade do Estado porta aberta”, destacou Silvia Melo, gerente técnica médica da MESM.
Segundo ela, não tem uma forma de garantir ou determinar o número de pacientes que irá surgir, já que o Estado tem 102 municípios e apenas dois deles, Arapiraca e Palmeira dos Índios têm UTI. Da mesma forma não tem como garantir que os leitos das maternidades privadas que a Secretaria de Saúde se comprometeu em disponibilizar será suficiente, caso realmente se precise.
“Estamos lidando com vidas de pessoas importantíssimas que não podem brigar por si próprias. Entendemos que o HU está fazendo a coisa certa, fechando as portas para evitar maiores danos. Nesse momento, porém, somente o comprometimento de toda rede pode garantir o atendimento necessário para evitar mortes de recém-nascidos”, destacou a obstetra.
Os cuidados da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da MESM já foram determinados. Além dos cuidados práticos do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), que protege tanto os funcionários quanto os pacientes, a lavagem de mãos e cuidados necessários cada vez que o profissional precisa atender pacientes diferentes, os pacientes que chegam de outras unidades hospitalares tomam banho com uma substância chamada clorexidina degermante, que tem o objetivo de limpar o bebê caso traga consigo alguma bactéria
Suporte necessário
Um dos pontos importantíssimos para evitar o caos no atendimento a paciente materna e infantil é o funcionamento das maternidades de baixo risco, e para tanto já foi pactuado junto ao Ministério Público que as mesmas cumpram com esse atendimento durante as 24 horas do dia, inclusive nos fins de semana. Entre as maternidades de baixo risco da capital estão: Maternidade Nossa Senhora da Guia, São Rafael, Hospital Santo Antônio e Maternidade do Hospital Paulo Neto.
Apesar do compromisso, a MESM também é a única maternidade da capital a receber pacientes com intercorrência gestacional, desde pequena indisposição até ameaça de aborto, mesmo quando não é considerado de alto risco. Silvia explicou que as maternidades de baixo risco não fazem esse tipo de atendimento porque só recebem por parto realizado e internamento, e por esse motivo não realizam os procedimento, gerando muitas vezes superlotação da triagem e do pré-parto da Santa Mônica.