Com grande atuação de Ganso, Peixe bate o Cerro Porteño por 2 a 1 no Paraguai e se aproxima das oitavas de final da Taça Libertadores
Feliz aniversário, Santos e santistas. No dia em que completou 99 anos, o Peixe renasceu na Taça Libertadores com uma vitória por 2 a 1 sobre o Cerro Porteño, do Paraguai, nesta quinta-feira à noite, no estádio General Pablo Torres, em Assunção. Com o resultado, o Alvinegro Praiano depende agora de uma vitória sobre o já eliminado Deportivo Táchira, da Venezuela, para chegar às oitavas de final. Nada mal para quem estava em situação bastante delicada antes do início da partida. O duelo acontece na próxima quarta-feira, às 19h30m (de Brasília), no Pacaembu.
Com a vitória em Assunção, o Peixe chegou aos mesmos oito pontos do Cerro. No entanto, equanto o time brasileiro enfrenta os eliminados venezuelanos, a equipe paraguaia precisa vencer o líder Colo Colo – os chilenos têm nove pontos – para assegurar a vaga. A última rodada deixou o Santos dependendo apenas de suas forças, exatamente porque os dois primeiros colocados do Grupo 5 se enfrentam.
Foi a primeira vitória do Santos sob o comando de Muricy Ramalho. Foi também a primeira grande atuação do time na Libertadores este ano, apesar dos desfalques de Elano, Neymar e Zé Eduardo. O Santos mostrou força na defesa e um meio de campo pegador, que soube valorizar a posse de bola. Apesar do susto sofrido no fim, quando o Cerro marcou nos acréscimos e partiu para cima nos momentos finais, a equipe brasileira perdeu a chance até mesmo de golear, tamanha a quantidade de chances criadas e desperdiçadas, principalmente com Maikon Leite.
Calmo, Peixe marca, mas perde boas chances
Nada de tensão, jogada equivocadas e passes errados causados pelo nervosismo. Uma calma recaiu sobre o Santos no primeiro tempo. Nem parecia que o time jogava a partida mais importante do ano. Bem posicionado em campo, ocupou bem os espaços, cercou o Cerro Porteño, criou chances de gol e pouco foi ameçado.
A presença de Arouca, que não jogava desde 20 de fevereiro, contra o Corinthians, por causa de lesão, deu mais dinamismo ao meio de campo santista. Ele e Danilo, além de marcarem muito bem, saíam para o jogo, confundindo a marcação adversária. Paulo Henrique Ganso dava o toque de classe, com boas enfiadas de bola, ainda que tenha errado alguns passes, mas nada que comprometesse a sua atuação.
O Cerro só chegava em chutes de fora da área. Num deles, Fabbro, aos oito minutos, assustou Rafael, cobrando falta da intermediária, com muita força. O goleiro santista espalmou. Foi um lance isolado. O Santos continuava melhor e abriu o placar três minutos depois. Danilo recebeu na meia direita, cortou o marcador e mandou uma bomba de esquerda, acertando o ângulo de Barreto. Um golaço que premiou a boa participação do volante na partida.
Os paraguaios seguiam errando passes e dando espaços ao Santos, que começou a desperdiçar chances. Aos 25, Arouca arrancou livre pela direita e passou para Ganso, que, de primeira, abriu para Jonathan cruzar. O passe foi para trás, por baixo, para Danilo. O volante, desmarcado, recebeu de frente e chutou de esquerda. Dessa vez, porém, ele mandou por cima.
Aos 31, o Santos perdeu Diogo, que voltou a sentir dores nas costas. Maikon Leite entrou na equipe e tratou logo de perder mais uma chance incrível. Após bom lançamento de Keirrison, aos 38, o atacante partiu em velocidade, driblou o goleiro Barreto e chutou para o gol. O arremate não foi muito forte, e o zagueiro Cardozo conseguiu salvar em cima da linha. A partir desse lance, o Cerro adiantou sua marcação e passou a rondar mais a área santista. Mas errou passes e cruzamentos demais.
Peixe amplia
Os visitantes continuaram mandando no segundo tempo. Maikon Leite jogava com total liberdade aberto pelo lado direito e foi acionado logo aos três minutos. Ganso roubou a bola no meio de campo e lançou o atacante, que partiu em velocidade e chutou. O arremate não saiu com muita força, mas foi o suficiente para o goleiro Barreto ter de buscar a bola no fundo das redes.
Jogando com extrema tranquilidade, o Peixe tinha a partida na mão. O que era para ser complicado demais, tornava-se simples. A superioridade alvinegra era tamanha que até o volante Adriano dava chapéu no meio de campo.
Aos 17, o Santos teve mais uma grande chance. Maikon recebeu de Ganso, ainda no campo de defesa, e partiu em velocidade, entrou na área e chutou forte. Barreto espalmou.
Diante da superioridade santista e vendo seu time totalmente batido em campo, a torcida do Cerro perdeu a paciência. Uma pedra chegou a ser atirada no gramado. As chances de gol do Santos iam se multiplicando. Maikon Leite perdeu pelo menos três oportunidades claras. Aos 48 minutos do segundo tempo, Benitez descontou para o Cerro. Na saída de bola, o time paraguaio recuperou a posse e partiu para cima. Ganhou um escanteio, mas não passou de um susto. Não havia tempo para mais nada, e o árbitro Martín Vázquez encerrou o jogo sem permitir a cobrança.