Tricolor abdica do ataque, é derrotado por 3 a 0 e está fora da Libertadores
A alcunha de time de guerreiros é justa, mas, pelo menos na noite desta quarta-feira, fez mal ao Fluminense. O Tricolor, que entrou em campo com a vantagem de ter vencido no Rio de Janeiro por 3 a 1, achou que marcar e jogar com raça garantiria a sua vaga nas quartas de final da Libertadores. Enganou-se. Abdicou do ataque, não fez questão de ter posse de bola e entregou de bandeja a partida para o Libertad. Resultado: derrota por 3 a 0 no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, e adeus ao sonho do título inédito. Uma eliminação dolorosa para a equipe e, claro, para os cerca de 200 tricolores que foram à capital paraguaia para torcer em mais uma batalha. Entre os torcedores, o ex-jogador e grande ídolo Romerito, compatriota dos donos da casa.
O Libertad aguarda agora o vencedor do confronto entre LDU e Vélez Sarsfield, que se enfrentam nesta quinta, às 22h45m (de Brasília), em Quito. No primeiro duelo, vitória dos argentinos por 3 a 0. O primeiro jogo das quartas será na próxima semana, ainda sem data e horário definidos.
Flu espera, e Libertad vai na marra
Mais por obrigação do que por competência, o Libertad foi para cima do Fluminense e pressionou desde o primeiro minuto. Mas só assustava mesmo com sua principal arma: as bolas aéreas. O Tricolor preferiu se fechar em seu campo e só partir para o ataque na boa.
Aos 15 minutos, "duas" alterações no Flu: Diogo entrou na vaga de Valencia, que sentiu um problema muscular, e Fred foi obrigado a vestir uma touca de natação, pois levou uma cotovelada no supercílio direito, região difícil de se manter um curativo.
Aos 19, a primeira chance de gol: após cruzamento da direita, Samudio cabeceou forte para boa defesa de Ricardo Berna. Aumentava a pressão dos donos da casa. Dois minutos depois, Gamarra arriscou de longe, para outra intervenção difícil do goleiro tricolor.
Pelo que jogava até então, o Fluminense mostrava que estava em busca de mais uma classificação emocionante, sofrida. Não só não ameaçava os paraguaios, como se atrapalhava na defesa. Aos 26, Diguinho atrasou bola para Berna, que tentou isolar e acertou o pé direito de Gamarra. A bola bateu na trave antes de sair.
Aos poucos, o ímpeto paraguaio foi arrefecendo, deixando o Tricolor menos pressionado e com um pouco mais de posse de bola. Aos 42, Conca cobrou falta da esquerda, e Diogo, de cabeça, acertou a bola no travessão. Fim de papo na primeira etapa, mais 45 minutos para a classificação tricolor.
O sofrimento de sempre
No segundo tempo, pouco antes dos dez minutos, duas chances de gol para o Libertad: aos nove, Gamarra entrou livre e chutou para boa defesa de Berna. Em seguida, Bonet cruzou da direita, a bola passou pela defesa, e Pavolovich, completamente livre na pequena área, não conseguiu completar para o gol vazio.
Mas aos 12, não teve jeito. Rojas chutou de longe, Berna foi sem convicção na bola e a deixou passar à sua direita: falha do goleiro tricolor, e o Libertad abria o placar. O jogo, obviamente, ficou mais duro, com os dois times aparentando nervosismo, ansiedade. O Fluminense tentou e assim conseguia viver mais um drama.
Aos 27, Marquinho puxou um contra-ataque, tocou para Fred no lado esquerdo da grande área. O atacante, no entanto, tocou mal, longe do gol de Vargas. Pouco depois, Enderson Moreira tirou Rafael Moura, que não fez um bom jogo, e colocou Araújo.
O jogo se encaminhava para o fim, e os nervos tricolores trincavam de preocupação. E dá-lhe pressão paraguaia. E aos 40, Samudio, numa bomba de canhota de fora da área, mandou a bola à esquerda de Berna, que dessa vez não teve culpa alguma: 2 a 0, e a vaga começava a ficar em Assunção.
Restava ao Tricolor mostrar de novo seu espírito guerreiro e tentar o gol que daria mais uma heroica classificação. Mas ele não veio. O que saiu foi o terceiro do Libertad. Após jogada da direita, Nuñez se antecipou à zaga e tocou para o fundo das redes. Antes do apito final, Mariano ainda foi expulso por falta violenta no próprio Nuñez no meio de campo.