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Peixe abusa dos gols perdidos, mas mantém empate e está nas semifinais

Vitória no primeiro jogo contra o Once Caldas, na Colômbia, garante ao Peixe vaga entre os quatro melhores da Libertadores. Neymar perde penal

EFE

Neymar se esforçou, fez gol, perdeu pênalti e, como sempre, sofreu faltas

Quando Neymar recebeu a bola na meia esquerda e acertou um chute forte de direita, abrindo o placar logo aos 11 minutos de jogo, parecia que a fatura estava liquidada. Era lógico: o Once Caldas-COL sairia para o jogo, abriria espaços e o Peixe mataria a partida nos contra-ataques. Mas não há lógica no futebol. Os colombianos engrossaram, empataram e tornaram o duelo tenso.

Por fim, valeu o resultado do primeiro confronto, quarta passada, em Manizales (COL), quando o Alvinegro venceu por 1 a 0. O jogo de volta, no Pacaembu, nesta quarta, terminou 1 a 1 (assista aos gols). Poderia ter sido muito mais se a equipe da Baixada Santista não perdesse tantos gols – desperdiçou até pênalti, com Neymar, que cobrou muito mal. Mas, enfim, está classificada para a semifinal da Taça Libertadores. Agora, aguarda o vencedor de Cerro Porteño-PAR e Jaguares-MEX, que se enfrentam nesta quinta, em Assunção – no jogo de ida, no México, empate em 1 a 1. O time colombiano se despede da competição continental sem perder uma partida fora de casa.

Peixe abre o placar, mas é surpreendido
O Santos começou com a bola nos pés. Girava o jogo de um lado para o outro, buscando uma brecha para abrir a multidão de camisas negras à sua frente. O Once Caldas, bem posicionado, marcava muito bem. Não dava chance à equipe da casa. Num jogo cerrado como esse só o drible, o improviso, a jogada inesperada para clarear as coisas.

Pois aos 11, Danilo, que começou o jogo como lateral-direito ocupando a vaga do machucado Jonathan, fez o diferente. Ele arriscou um drible seco pelo meio e abriu o clarão. Avançou em direção ao gol e tocou para Neymar. O astro santista recebeu pela meia esquerda e chutou forte de direita, acertando o canto esquerdo do gol. Estava aberto o placar. Parecia que o caminho estava livre. Não estava.

O gol não abateu a equipe colombiana. Pelo contrário. Os visitantes mostraram que costumam ser convidados inconvenientes. Colocaram a bola no chão, atraíram o Santos e acabaram empatando a partida. Aos 29, Cuero cobrou falta da esquerda. Mirabaje, com um leve toque, mandou a bola para trás. A zaga santista se atrapalhou, e Rentería acabou ficando com a sobra, cara a cara com Rafael. Não teve jeito. Um murmúrio tenso no Pacaembu.

O Santos tentou se reagrupar. A essa altura, Alan Patrick já havia saído, machucado. Pará entrou na ala direita, Danilo passou para o meio, e Elano assumiu a armação das jogadas. O time perdeu posse de bola. O Once Caldas passou a jogar no campo do Peixe, mas dando espaços para o contra-ataque. O jogo santista era o seguinte: bola para Neymar. O garoto recebeu alguns passes em liberdade, mas as jogadas não eram concluídas como deveriam. Como aos 37, quando ele desceu pela direita e acertou um bom passe para Zé Eduardo, que chegou atrasado.

Zé Love destoa, e Neymar perde pênalti
A noite dava sinais de que não era mesmo de Zé Love. O Santos voltou para o segundo tempo focado, marcando forte e partindo para o ataque com muita vontade. No meio, Adriano era um leão, roubando bolas e garantindo a posse. Neymar, pela esquerda, infernizava seus marcadores. Elano acertava bons passes, Danilo e Arouca chegavam apoiando bem. Mas Zé não estava afinado com o restante da equipe.

Logo no primeiro minuto, Elano deixou o atacante na cara do gol. Ele atrasou a corrida, ajeitou o corpo, escolheu o canto e… chutou por cima. Em seguida, Neymar se infiltrou pela esquerda e foi parado pela zaga. A bola sobrou para Elano, que chutou forte. Na sobra, a bola chegou limpa para Zé Love, mas ele furou. A torcida santista, enfurecida com o atacante, festejou quando ele caiu no chão aos 22 minutos pedindo substituição, com lágrimas nos olhos por conta de dores musculares: Keirrison entrou.

O Santos seguia em cima. Rondava a área santista, mas faltava alguém para encostar em Neymar. Alguém que pudesse aproveitar as jogadas armadas pelo camisa 11. Infelizmente para os santistas, foi impossível para o craque armar para ele mesmo. O Once Caldas, preso, não conseguia levar perigo ao gol de Rafael. Moreno tinha algum espaço às costas de Léo, mas não era capaz de acertar os cruzamentos.

À medida que o tempo passava e o Santos não conseguia transformar em gol o seu domínio, o Pacaembu ia ficando cada vez mais tenso. Seria possível que com tantos jogadores de talento o Peixe não seria capaz de marcar mais um gol, unzinho só? Neymar tentou. Entrou na área driblando, aos 39, costurando a zaga, e foi derrubado. Pênalti.

Seria o gol para dar tranquilidade, para extravasar, para garantir a vaga na semifinal. Neymar pegou a bola, ajeitou na marca e se encaminhou para a cobrança. O goleiro Martínez provocou, mandou o atacante dar cavadinha. Neymar optou pela batida colocada. Telegrafou o canto. A bola saiu à meia altura e o camisa 1 defendeu, caindo para seu lado direito. Pouco depois, o técnico Osorio, do Once Caldas, foi expulso ao discutir com o árbitro.

Para alívio e sorte dos quase 34 mil torcedores que foram ao Pacaembu, os gols desperdiçados acabaram não fazendo falta. O apito final foi como um longo suspiro alvinegro. O Peixe está nas semifinais!