O objetivo da consulta é saber se a população juazeirense aceita ou não a mudança do nome da cidade para Juazeiro do Padre Cícero.
Famoso pelas romarias de devotos do padre Cícero Romão Batista – o “padim Ciço” –, o município de Juazeiro do Norte, na região do Cariri, está se preparando para as comemorações de seu centenário, em julho deste ano. Aproveitando o ensejo, o deputado estadual Heitor Férrer (PDT) apresentou, um projeto de decreto legislativo autorizando a realização, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), de um plebiscito na região. O objetivo da consulta é saber se a população juazeirense aceita ou não a mudança do nome da cidade para Juazeiro do Padre Cícero.
A proposta levantou dúvidas por parte de alguns deputados. O que se discute é se cabe à Assembleia Legislativa propor o plebiscito, ou se o projeto deve partir da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Romaria do município, José Carlos dos Santos, está de acordo com a iniciativa do deputado pedetista e diz ser favorável à mudança do nome. “Daria maior visibilidade e consolidaria Juazeiro do Norte como a terra do Padre Cícero”, opina.
A funcionária da Secretaria da Comunicação da cidade, Cícera Vital, avalia que a população está dividida sobre o assunto, mas que a maioria é contra. “Creio que se for feita uma pesquisa, (o resultado) terá uma diferença muito pequena”. Cícera, que é “devota” de Padre Cícero, não vê importância em se fazer uma mudança do nome do local. “Nós já estamos há tanto tempo com esse nome, a cidade cresceu com ele, então para quê mudar?”, questiona.
Pelas respostas da recém-lançada pesquisa de opinião no Twitter de Heitor Férrer, a funcionária acertou no palpite. Na pesquisa que não tem valor científico, a diferença não é pequena. De acordo com o deputado, dos 40 usuários que manifestaram suas opiniões sobre a mudança do nome da cidade, apenas dois são a favor. “Vejo que mais de 90% é contra o meu projeto, o que me obriga obviamente a ouvir essas opiniões, já que sou representante popular”, reconhece o autor da proposta, acrescentando que continuará a ouvir seus seguidores, mas que só dará continuidade ao projeto se houver concordância.
O deputado explicou que o projeto é legalmente válido e disse que já havia conversado com o presidente da Câmara de Juazeiro do Norte. “Ele foi bem simpático à ideia”, lembra. Férrer disse ainda que os motivos prováveis para a rejeição da proposta por parte da população é o fato de a verem como algo pequeno e considerarem o plebiscito um desperdício financeiro. “Eu achava que ia ser uma votação quase unânime (a favor da mudança)”, disse o deputado, que admitiu ter se entristecido com o resultado contrário, demonstrado no primeiro dia de pesquisa no Twitter.