Depoimentos ocorreram ontem.
A Comissão Parlamentar de Inquérito – criada pela Assembleia Legislativa para investigar a operadora de telefonia TIM – recebeu na noite de ontem, 17, o diretor e o coordenador de operações da empresa Nokia/Siemens, José Carlos Neto e Márcio Nakai, respectivamente, para cobrar explicações sobre a qualidade dos serviços prestados aos alagoanos. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Telecomunicações (Sintel), José Mendonça Araújo, também foi ouvido para esclarecer a forma de funcionamento da planta operacional da TIM em Alagoas.
Ao final dos depoimentos, o presidente da CPI, deputado Ricardo Nezinho (PTdoB), defendeu a suspensão da habilitação de novas linhas para o funcionamento da empresa em Alagoas. “A venda de novas linhas deveria ser impedida até que seja apresentada uma solução para os constantes problemas que estão sendo registrados. A população não aguenta mais tanto descaso com este serviço, vital para o bom funcionamento da vida em sociedade”, afirmou o deputado.
Nezinho questionou os representantes da Nokia, empresa que gerencia a rede da TIM em Alagoas, substituindo a empresa Huawei, sobre os apagões que vem ocorrendo nos últimos meses, as quedas nas ligações e a péssima qualidade do sinal. “Esta CPI recebeu informações de que existe um problema grave de sub-dimensionamento na planta da TIM em Alagoas, o que explica porque a qualidade dos serviços da operadora está tão crítica em nosso Estado”, disse Nezinho.
Para o diretor da Nokia, o problema dos apagões esta ligado ao fornecimento de energia. “A queda de energia é a causa dos apagões de telefonia em Alagoas”, esclareceu José Carlos Neto. Ainda de acordo com o diretor, a empresa possui treze funcionários para suporte e manutenção em toda a rede da TIM em Alagoas. Para o relator da CPI, deputado Sérgio Toledo (PDT), este é um número bastante reduzido para solucionar os problemas da operadora visto o elevado e crescente número de usuários.
“Temos informação de que a operadora vendeu mais chips do que a rede pode suportar, o que leva ao registro de um número maior de reclamações feitas à TIM. O que assistimos, até mesmo nas ruas, é o crescente mercado de vendas e nenhum investimento por parte da operadora para solucionar os problemas que cada vez mais atingem à população”, enfatizou Toledo.
Em seu depoimento, o presidente do Sintel, José Mendonça Araújo, declarou que nunca recebeu nenhum tipo de reclamação, reivindicação de salários ou melhores condições de trabalho por parte dos servidores. “Não houve nenhuma reclamação dos funcionários que prestam serviços a operadora TIM, nosso único problema é a falta de qualificação profissional”, disse Araújo. Ele foi prontamente questionado pelo deputado Sérgio Toledo que chamou atenção para o verdadeiro papel de um dirigente de categoria, que tem que lutar por melhores salários, mas também se preocupar com as condições de trabalho.
A CPI da TIM também conta com a composição dos deputados Ronaldo Medeiros (PT); Gilvan Barros (PSDB) e Eduardo Holanda (PMN), e os suplentes Jota Cavalcante (PDT) e Luiz Dantas (PMDB).