Time da Colina vence por 2 a 0 em São Januário e se mantém a dois pontos do líder Corinthians. Coxa é o décimo colocado
O jogo desta quinta-feira à noite trouxe algumas semelhanças com a primeira partida da final da Copa do Brasil, também em São Januário. Afinal, o Vasco encontrou dificuldades diante de um Coritiba que por vezes foi superior, mas proporcionou um final feliz para a sua torcida. Desta vez, vencendo por 2 a 0. Quem fez a diferença no reencontro entre as equipes, pela 22ª rodada do Brasileirão, foi curiosamente um jogador que não participou do título cruz-maltino. Juninho Pernambucano cobrou com precisão duas faltas: uma acertou o ângulo de Vanderlei, e a outra, a cabeça de Rômulo.
A vitória recupera o moral do Vasco – que na rodada passada foi goleado pelo lanterna América-MG – e o mantém perto do topo da tabela: está em terceiro lugar e tem 41 pontos, dois a menos do que o líder Corinthians. Segundo colocado, o São Paulo também soma 41, mas leva a melhor no saldo de gols. O Coritiba, que vinha de boa vitória sobre o Timão, está em décimo lugar, com 29 pontos. A partida em São Januário teve público de 6.756 pagantes, com uma renda de R$ 160.825.
A nota triste, já no fim da partida, foi o choque de cabeças entre Luccas Claro e Renato Silva. O zagueiro vascaíno levou a pior e chegou a ficar desacordado em campo. Já consciente, ele deixou o campo de ambulância e foi encaminhado a um hospital próximo ao estádio.
O Vasco volta a entrar em campo no próximo domingo, contra o Figueirense, às 16h (de Brasília), no Orlando Scarpelli. O Coxa terá outro carioca pela frente: recebe o Botafogo, no Couto Pereira, no mesmo dia e horário.
Juninho aquece antes e acerta no jogo
Com a responsabilidade de atacar, o Vasco não conseguia se organizar em campo. Torto, avançava somente com Eder Luis e Fagner pelo lado direito. O Coritiba, sim, era mais perigoso, envolvendo até o ídolo vascaíno Dedé, que voltava ao time após a viagem com a Seleção Brasileira. Foi dos visitantes o primeiro lance de perigo, com Pereira, desviando falta cobrada por Tcheco.
Aos poucos, com lances isolados de Juninho e escapadas de Eder Luis, o Vasco voltou a aparecer no campo de ataque. O caminho era a direita, até pelo retorno ao time do volante Jumar, que foi novamente improvisado na lateral esquerda e subiu pouco ao ataque. Assim como no jogo contra o América-MG, o Vasco tinha mais posse de bola, mas não traduzia o domínio em chances. A bola parada voltava a ser o caminho mais viável.
E bola parada no Vasco hoje em dia atende pelo nome de Juninho Pernambucano. Antes de a bola rolar, ele aqueceu com Fernando Prass, batendo três bolas para o gol. Era só um aperitivo. Quando o jogo estava valendo mesmo, o Reizinho precisou de três chances para acertar uma. E foi um golaço. O chute, forte e de longe, ainda bateu no travessão antes de entrar. Foi seu terceiro gol de falta – um deles em jogada ensaiada – em quatro marcados no Brasileiro.
O lance deixou Juninho ainda mais à vontade. Já no fim da primeira etapa, ele deu uma arrancada que lembrou o garoto que chegou de Recife em 1995. Enquanto isso, o Coritiba tentava se reerguer. Marcos Aurélio era o jogador mais perigoso, mas, em determinados momentos, pecou pelo individualismo, recebendo reclamações dos companheiros. E, mesmo com o esforço, o time não conseguiu mudar o panorama do jogo.
Coxa mexe, mas Vasco amplia
Na volta para o segundo tempo, o Coritiba promoveu duas alterações. O técnico Marcelo Oliveira sacou o zagueiro Pereira, machucado, e colocou o jovem Luccas Claro. No meio, Willian, que já tinha amarelo, deu lugar a Everton Costa. Desta forma, o Coxa passou a jogar com dois volantes e três meias.
Sem forçar muito o ritmo, o Vasco chegou ao segundo gol. Após cobrança de falta de Juninho, aos nove minutos, Romulo meteu a cabeça e correu para a galera. O time da casa ainda teve uma chance mais para ampliar, com Elton, mas o chute do atacante foi muito ruim.
Aos poucos, o Coxa se animou um pouco mais, o suficiente para incomodar o Vasco. Everton Costa, de cabeça, obrigou Fernando Prass a fazer grande defesa. O técnico Cristóvão Borges tentou dar novo gás ao time vascaíno e trocou Diego Souza por Bernardo. O panorama, entretanto, continuou parecido. Fechada, a equipe carioca tentava sair na boa, mas errava muitos passes. Os paranaenses, por sua vez, não mostravam ímpeto suficiente para buscar uma reação. O Vasco, então, administrou o placar e levou um susto, no choque de Renato Silva. Victor Ramos entrou e recompôs a zaga até o apito final.
Nos acréscimos, o Coritiba chegou a balançar a rede, com Bill, mas a arbitragem erradamente anulou o lance, apontando um impedimento inexistente do atacante.