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Bancários podem parar nesta sexta-feira

Greve será por tempo indeterminado.

Bancários de Alagoas e de todo o país devem deflagrar greve nacional a partir de sexta-feira, caso a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não apresente hoje proposta que contemple as reivindicações salariais da categoria. A entidade patronal encontra-se reunida com o Comando Nacional dos Bancários em São Paulo, enquanto os trabalhadores realizam protestos nas ruas e agências bancárias.

A proposta da Fenaban, esperada para esta terça-feira, será discutida e votada pelos bancários na quinta (22), durante assembleia geral. Na oportunidade, a categoria também irá deliberar sobre a paralisação nos bancos, caso rejeitem a proposta patronal. Banqueiros e bancários já realizaram três rodadas de negociação entre o final de agosto e o dia 12 deste mês, sem que houvesse qualquer avanço. As negociações também estão difíceis nos bancos públicos (Caixa Econômica, Banco do Brasil e Banco do Nordeste), onde existem reivindicações específicas dos seus funcionários.

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Alagoas, Jairo França, a Fenaban tem negado todas as reivindicações apresentadas pelos bancários. Elas incluem garantia de emprego e melhorias nas áreas de saúde, segurança, remuneração, condições de trabalho e igualdade de oportunidades. "Os bancos estão adotando uma postura intransigente e que leva ao confronto”, destaca o sindicalista.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, "é inadmissível que o setor financeiro, com ganhos tão elevados, negue-se a valorizar os seus funcionários, enquanto altos executivos ganham até 400 vezes mais do que o piso do bancário”. De acordo com ele, o Brasil está entre os dez países com a pior distribuição de renda do mundo e, para mudar essa situação, é necessário aumentar salários.

Veja as principais reivindicações da categoria:

Remuneração

– Reajuste de 12,8% (inflação do período mais aumento real de 5%).

– Piso igual ao salário mínimo do Dieese: R$ 2.297,51 (em junho).

– PLR: três salários mais R$ 4.500.

– Plano de Cargos e Salários (PCS) em todos os bancos.

– Gratificação semestral de 1,5 salário para todos os bancários.

– Contratação da remuneração total dos bancários.

– Vale-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio creche/babá iguais ao salário mínimo (R$ 545).

– Auxílio-educação para todos os bancários.

– Previdência complementar para todos os bancários.

Emprego

– Garantia de emprego;

– Proteção contra a dispensa imotivada, combatendo a rotatividade.

– Contratação de mais bancários;

– Fim das terceirizações.

– Jornada de trabalho de seis horas para todos os bancários.

– Ampliação do horário de atendimento para das 9h às 17h com dois turnos de trabalho;

– Tempo de até 15 minutos de espera nas filas nos dias normais;

– Abono assiduidade de cinco dias por ano.

Igualdade de oportunidades

– Igualdade na contratação, remuneração e ascensão profissional.

– Realização de um novo censo para avaliar os resultados dos programas implantados pelos bancos para combater a discriminação.

– Prorrogação automática da licença-maternidade de quatro para seis meses, sem necessidade de solicitação por parte da bancária.

– Condições de acessibilidade nas agências tanto para bancários como para clientes com deficiências.

Saúde do trabalhador

– Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral.

– Participação dos trabalhadores na fixação das metas, que devem levar em consideração o tamanho, a localização e o perfil econômico das dependências, e não podem ser individuais.

– Fim da divulgação de rankings individuais sobre cumprimentos de metas.

– Suspensão do trabalho em espaços físicos em reforma.

– Manutenção do salário e demais direitos no período de afastamento por problemas de saúde.

Segurança bancária

– Assistência médica e psicológica às vítimas de assaltos, sequestros e extorsões.

– Emissão da CAT para quem esteve no local de assaltos e sequestros.

– Fechamento das agências após assaltos, consumados ou não.

– Porta de segurança, câmeras com monitoramento em tempo real e vidros blindados em todas as agências e postos.

– Biombos entre a fila de espera e os caixas e divisórias individualizadas entre os caixas internos e os eletrônicos para combater "saidinha de banco".

– Proibição ao transporte de valores e à guarda das chaves das unidades pelos bancários.

– Adicional de 30% de risco de morte para agências, postos e tesouraria.