Dias disse que entregará 13 arquivos de áudio como provale .
O policial militar João Dias Ferreira, que acusou o ministro do Esporte, Orlando Silva, de receber propina foi nesta segunda-feira (24) à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para apresentar supostas provas que incriminariam o ministro e prestar novo depoimento. Ele chegou por volta das 11h40.
João Dias afirmou que entregará 13 novos arquivos de áudios que não constam no processo e que incriminam assessores do alto escalão do ministério, diretamente relacionados ao ministro Orlando Silva. Segundo o policial militar, não há conversas gravadas de Orlando Silva, mas sim de pessoas próximas a ele.
"Se a reunião é feita no sétimo andar, na secretaria executiva, se a reunião é feita sobre assunto do Segundo Tempo, se a reunião é feita com a cúpula, não tem para onde correr, é diretamente interesse do ministério" disse o policial milita
João Dias disse ainda que a reunião ocorrida "na calada da noite" no Ministério do Esporte, divulgado na revista "Veja" desta semana, aconteceu com o propósito de cessar a produção de documentos falsos que poderiam prejudicar o projeto com as ONGs. De acordo com ele, estes mesmos documentos falsos deram origem à Operação Shaolin, em 2010, na qual João Dias foi preso.
"Na reunião havia duas pessoas que falam e duas pessoas que não falam. (…) As duas que falam eram Charles [Rocha], (..) e o atual secretário de Esporte Educacional, Fábio Hansen. Sentado assistindo estava o Adson [secretário do ministério do Esporte] e Julio Filgueira, que na época era secretário", disse.
Em nota, o Ministério do Esporte questionou a apresentação da conversa e diz que pedirá à Polícia Federal para incorporar a gravação à investigação em andamento sobre o suposto esquema de desvio.
João Dias disse, ainda, acreditar que "a partir dessa semana, muitos donos de entidades passarão a vir aqui, até porque nenhum deles têm condições de aprovar as contas no Ministério do Esporte".
"Depois que eu não concordei em fazer parte e estou revelando estes fatos, estão sendo produzidos documentos. (…) Quando nós fomos lá [na reunião no ministério) foi para mostrar que nós não temos nada, nada com o que acontece no ministério", disse o policial.
O PM também disse que prestará esclarecimentos a deputados na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (26). João Dias prometeu divulgar, até quarta, oito vídeos que mostrariam um ex-funcionário de instituto negociando delação premiada com autoridades do Distrito Federal em troca de acusações falsas contra João Dias.