O percentual de consumidores com dívida atrasada aumentou em novembro.
A pesquisa de Perfil de Endividamento do Consumidor de Maceió, lançada pelo Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), constatou estabilidade no percentual de consumidores endividados, em Maceió. Em novembro, 82,2% dos consumidores entrevistados possuem alguma dívida. O mesmo percentual foi detectado em outubro contra 81,7%, em setembro, e 83,1%, em agosto. De maio até o momento, a média alcançou 83,1%.
O percentual de consumidores com dívida atrasada aumentou em novembro. Passou de 33,5% para 40%. Em maio, 52% dos consumidores possuíam alguma dívida atrasada. Esse percentual caiu para 39,3% e 32,6%, entre junho e agosto, respectivamente. No entanto, voltou a subir em setembro quando alcançou o segundo maior resultado no ano, 38,9%. Já o resultado de outubro é o maior registrado para o ano.
A pesquisa indica que o índice de inadimplência continua também estável com cerca de 7% dos entrevistados inadimplentes. Esse índice se refere ao percentual de consumidores que apresentam dívidas com mais de 90 dias em atraso. O resultado deve ser visto pelos setores de comércio e serviços como preocupante, pois indica que os consumidores estão tendo dificuldades momentâneas em honrar os compromissos financeiros dentro do tempo considerado normal, ou seja, três meses.
Em relação ao percentual da renda dos consumidores comprometida com dívidas, em novembro, correspondeu a 38,7%. Houve uma elevação comparando com o mês de outubro de 3.9 p.p, que registrou 34,8%. O recomendável é que as despesas mensais com dívidas não ultrapassem 30% da renda líquida do consumidor com dívidas.
Para o IFEPD, os demais dados ainda refletem o aquecimento das vendas e a contração de mais dívidas por parte dos consumidores. A Fecomércio alerta que os consumidores devem ficar atentos para que não comprometam mais suas rendas líquidas (quando descontados os impostos e demais deduções) com a captação de dívidas, principalmente para financiar despesas que podem ser adiadas.
A sugestão da Fecomércio é que o consumidor reveja os gastos e liquide as dívidas com encargos financeiros mais elevados para trazer o nível de endividamento para o percentual aceitável de 30% ou menos do total da renda líquida.
ALIMENTAÇÃO – Os tipos de produtos e serviços mais adquiridos acarretando dívidas em novembro foram alimentação (27,8%), aluguel residencial (17,3%), compra de veículos (15,9%), vestuário (15,6%), educação (15,3%), reforma residencial (12,7%), tratamento de saúde (12,4%), eletrodomésticos (10,2%), eletroeletrônicos (10,2%), móveis residenciais (10,1%), compra de imóvel (7,1%) e seguros (6,4%).
Os itens de despesas que mais endividam os consumidores são supermercados/alimentação (33,4%), habitação (28,8%), vestuário (23%), educação (22,9%), eletroeletrônicos (19,6%), veículos (18,7%), tratamento de saúde (14,6%), eletrodomésticos (9,1%), seguros (7,8%) e móveis (7,4%)
Os cartões de créditos lideram o ranking pelo endividamento do consumidor, em novembro, com 69,7%, mas vem diminuindo nos últimos três meses. Em seguida, as modalidades financiamento (29,2%), carnês de lojas (11,8%), empréstimos pessoais (8,6%), cheque especial (6,6%) e cheques pré-datados (4,4%).
Quanto ao perfil dos prazos de endividamento tem se modificado e os consumidores têm assumido mais dívidas acima de 12 meses (45,2%). Entre três meses e um ano (42,5%) e com até três meses de prazo (12,3%). Quase 32% dos consumidores tem dívidas com valores entre R$ 500 e R$ 1.000; 18,9%, entre R$ 1.000 e R$ 1.500 e 11,2%, até R$ 500.
Acima de R$ 1.500, o percentual de endividados alcança 50% com destaque para dívidas acima de R$ 5.000 (19,6%). Esses dados indicam que em relação ao mês de outubro, o consumidor da capital alagoana continua aumentando o prazo das dívidas e o percentual de endividamento acima de R$ 2.000,00.
A pesquisa completa está disponível no endereço www.fecomercio-al.com.br/ifepd