Filho de professor está há mais de 24 horas sem dar notícias. Pai já pediu ajuda a deputados da Comissão de Direitos Humanos.
Professor de história da Escola Estadual Guilherme de Almeida, Heitor Claudio Silva procura, desde terça-feira (8), notícias do filho Carlos Henrique Leite Silva, diretor da União Nacional de Estudantes (UNE). Segundo o professor, o filho, de 22 anos, está desaparecido desde o protesto realizado em frente à reitoria da Universidade de São Paulo (USP) . O diretor da UNE foi visto pelo pai em uma foto, em um site, por volta das 7h de terça.
“Os dois celulares dele estão desligados. Os manifestantes da ocupação que foram detidos disseram que não viram meu filho por lá [no 91º DP, no Ceasa]”, diz o pai. Na noite desta terça, o professor postou uma mensagem no Facebook dizendo que registraria boletim de ocorrência do desaparecimento do filho depois de 24h sem notícia. Até o final da manhã desta quarta-feira (9), Heitor ainda não havia feito o registro. Ele aguarda o resultado de uma reunião que terá às 12h30 na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Carlos Henrique é estudante de história na USP. Ele mora no Conjunto Residencial da USP (Crusp) e, segundo o pai, o jovem chegava ao prédio quando a Polícia Militar começou a ação de reintegração de posse da reitoria da USP. “Ele não estava na ocupação no dia da reintegração, mas foi visto conversando com um policial”, afirma o pai.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputado estadual Adriano Diogo (PT), disse que até o fim desta manhã não tinha conseguido falar com nenhuma autoridade policial sobre o assunto. “Vou falar com o delegado-geral para tentar achar esse menino”, disse à reportagem do G1.
A Polícia Militar informou às 12h desta quarta que não tinha informações sobre o desaparecimento do jovem.
Nesta terça-feira, 72 pessoas – a maioria estudantes – foram presas pela Polícia Militar e indiciados por danos ao patrimônio público e descumprimento de ordem judicial durante a reintegração de posse do prédio da reitoria da USP. Eles foram soltos na madrugada desta quarta após pagamento de fiança.