Resultado é devido ao clima favorável e aos investimentos tecnológicos nas usinas alagoanas
Alagoas vem se consolidando, cada vez mais, como o maior produtor de cana-de-açúcar do Norte/Nordeste brasileiro. Os produtores comemoraram a safra 2010/2011 que rendeu mais de 28 milhões de toneladas do produto. Seguindo o ritmo de crescimento, o setor se prepara para mais um recorde. A estimativa oficial do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas (Sindaçúcar/AL) é de que a safra 2011/12 tenha um saldo de 5% em relação aos números do ciclo anterior, chegando, portanto, a 29 milhões e 700 mil toneladas, um dos números mais expressivos dos últimos anos.
Um dos fatores que geraram esse crescimento no setor sucroenergético alagoano foi o clima. “Normalmente, essas chuvas do início da safra, em setembro, outubro, sobretudo em novembro, são determinantes para o tamanho da safra que está se colhendo. É a primeira perspectiva que temos para a safra seguinte. O primeiro sinal da safra 2012/2013 é positivo diante do comportamento climático que estamos observando”, explicou o presidente do Sindaçúcar/Alagoas, Pedro Robério Nogueira.
O reflexo dessa bonança na cadeia produtiva da cana-de-açúcar alagoana é muito trabalho em todas as 24 usinas espalhadas no estado. A maioria das fábricas acompanhou o crescimento, o que gerou otimismo no setor. É o caso da Usina Sinimbu que vai processar a segunda maior produção da sua história no ciclo atual.
“Há cinco safras, a nossa produção era de 1 milhão e 200 mil toneladas. Nas últimas três ou 4 safras, conseguimos ampliar um pouco esse número, mas esse ciclo é considerado muito bom, pois chegamos à marca de 1 milhão e 550 mil toneladas, a nossa segunda maior produção”, afirmou o gerente administrativo da Usina Sinimbu, Silvano Alves.
Produção de açúcar ganha destaque
Diante de todas as possibilidades de explorar a cana-de-açúcar, o açúcar continua a ganhar destaque no cenário. Na maioria das unidades produtoras, a ordem é fabricar a maior quantidade do produto. A expectativa na Usina Sinimbu, por exemplo, é aumentar a produção de açúcar em 10% neste ciclo.
“Nesta safra, a expectativa é produzir três milhões de sacos de açúcar, sendo que 2 milhões deles de açúcar VHP, que é totalmente voltado para exportação e 1 milhão de sacos de açúcar cristal para atender ao mercado interno”, esclareceu o supervisor de produção da Usina Sinimbu, Walison Urbano.
O açúcar VHP é ideal para exportação por causa de umidade considerada baixa, o que facilita, portanto, o transporte. Toda a produção é destinada ao mercado externo para o refino em outros países devido sua alta polarização.
Investimentos
Outro fator que ajuda no desempenho da produção alagoana, segundo os próprios produtores, são os investimentos tanto no campo quanto em tecnologia, que alavancam os apontadores.
O clima favorável aliado aos investimentos tecnológicos de ponta acabam transformando o estado num dos maiores polos sucroenergéticos do país. “A empresa tem feito um investimento forte principalmente em campo, pois não adianta ter uma excelente fábrica se não tem cana com a qualidade necessária. É preciso continuar investindo sempre, porque o mercado é dinâmico. É necessário, cada vez mais, produzir, buscar novas tecnologias, treinar pessoas, que são fundamentais dentro do processo”, concluiu Silvano Alves.