O saldo de depósitos na caderneta de poupança da Caixa Econômica Federal chegou a R$ 92,2 bilhões em 2008, conforme adiantou ontem o colunista Guilherme Barros, na edição dominical da Folha (íntegra restrita para assinantes do jornal e do UOL).
O valor representa um crescimento de 22,2% em relação ao ano passado, acima da expansão de 15% registrada na média de todo o sistema bancário.
A captação líquida (diferença entre os depósitos e as retiradas) ficou em R$ 10,8 bilhões, volume pouco superior ao de 2007 (R$ 10,7 bilhões). Nesse mesmo período, a captação do mercado caiu 47%. Com isso, a participação da Caixa subiu de 32,5% para 34,4%.
No ano passado, 2,5 milhões de clientes a mais do banco estatal investiram na poupança. Com isso, o número de contas chegou a 36,9 milhões.
Rentabilidade
O vice-presidente de pessoa física da Caixa, Fábio Lenza, disse que o investimento pode ser uma boa alternativa em um cenário de expectativa de queda dos juros, já que a poupança rende TR mais uma taxa fixa de 6% ao ano e ainda está isenta de Imposto de Renda. Apenas o percentual fixo já está acima da inflação prevista para este ano pelo mercado financeiro, que é de 5%.
"A poupança tende a ser ainda mais competitiva frente às outras modalidades de investimento financeiro num cenário de queda da taxa básica de juros’, diz Lenza.
No ano passado, a caderneta de poupança teve um rendimento de 7,9%. A inflação foi de 9,81%, se medida pelo IGP-M, e de 5,9%, pelo IPCA. Os fundos do tipo DI e Renda Fixa tiveram um retorno próximo de 12%, sem descontar o Imposto de Renda, que varia de 15% a 22,5%. A poupança é isenta de IR.
Em relação ao rendimento esperado para este ano, um título de renda fixa do governo com vencimento em janeiro de 2010 paga hoje juros de 11,7% ao ano (sem descontar o IR). A expectativa do mercado para a Selic é de um juro médio de 12,11% neste ano.